sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Descubra os segredos da rota da cachaça paulista


Já famosas pelo turismo oferecido, o Circuito das Águas Paulistas une os passeios já consagrados, como os de aventura, compras, histórico e de águas para dar espaço para os tradicionais alambiques da região. Da orgânica à tradicional, as premiadas cachaças do Circuito despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. A região detém algumas das melhores cachaças do Brasil e do Estado de São Paulo.

É no pequeno e rústico Sítio Santo Antônio que se produz a Cachaça Campanari, uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. A qualidade da bebida é reconhecida: foi premiada nos últimos concursos nacionais de cachaça promovidos pela USP (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), bem como nos Concursos de Qualidade da Cachaça, organizado pela UNESP de Araraquara. À frente da produção está Antonio Sérgio Campanari, o Neno, neto do italiano Luigi Campari, que começou a destilar a caninha em 1932. A receita foi repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques. As fotos dessa saga estão nos barris de carvalho expostos na loja. Onde fica: Estrada de Monte Alegre do Sul, bairro dos Limas-Barra.

Para quem acha que alambique tem de ter máquinas de cobre, roda d'água e muita história, o Chora Menina preenche todos os requisitos. Administrado por Rodrigo Borin, o lugar foi fundado por seu avô, em 1956, e ganhou esse nome porque eram as três filhas que pegavam no pesado para ajudar o patriarca italiano. Hoje, o local produz 7 mil litros por ano. Onde fica: Chácara Sto Antonio, em Mte. Alegre do Sul.

Perto do centro de Monte Alegre do Sul, a Adega do Italiano é um dos alambiques mais conhecidos de Monte Alegre do Sul. Além de conferir a boa qualidade do destilado, aproveite para bater papo com José Narciso Salzani, que construiu a adega de pedra há 27 anos.
Onde fica: Pousada da Fazenda, Rua Joaquim de Oliveira, s/nº.

De Monte Alegre do Sul em direção a Pinhalzinho, no Distrito de Mostardas está localizada a Casa da Cachaça, também uma destilaria de conceito moderno. Possui instalações primorosas em ambiente muito agradável e sofisticado. Lá é produzida a cachaça bidestilada Brisa da Serra. Onde fica: Av. Dep. Narciso Pierone, 588. Distrito de Mostardas.

Já em Serra Negra, as cachaças Theodoro e Santo Remédio, produzidas na Fazenda Amábile, reúnem o processo original de fazer cachaça e tecnologia de equipamentos. O clima da cidade ajuda na boa qualidade da cana-de-açúcar, que acumula maior quantidades de açúcares em seu interior. Um diferencial dessas cachaças é que são armazenadas para descanso em tonéis de jequitibá rosa ou envelhecida em barris de carvalho. Onde fica: Big Valley Hotel Fazenda,  Rod. SP 360 - Amparo/Serra Negra, Km 144.

Entre as produzidas pela Família Carra em Serra Negra, destaque-se a do "Nono do Tijuco", elaborada em comemoração do centenário do nascimento de Juscelino Kubitschek. A produção foi solicitada por Antoninho Rapassi, presidente do Instituto Semana JK, em Americana.
Onde fica: Sítio Bom Retiro, Rod. SP 105, Km 9 - Estrada Serra Negra / Itapira.

Praticamente na divisa entre Serra Negra e Monte Alegre do Sul, está localizada a Microdestilaria Hof, inspirada no boom das destilarias americanas e uma das novatas na região. Trata-se de uma destilaria "boutique", que elabora destilados finos e exclusivos, aguardentes compostas, licores destilados e a cachaça Alma da Serra, bidestilada e descansada em barris de carvalho americanos e franceses de procedência, que já renderam à menor destilaria da região o 4º lugar de melhor cachaça em 2013 pela UNESP e medalha de ouro no prestigiado Concurso Internacional de Bruxelas em 2014, concorrendo com mais de 150 cachaças nacionais.
Onde fica: Rod. Joaquim Alexandre Zocchio, s/nº, Km. 4 Bairro da Serra.

Em Águas de Lindóia, um simpático senhor Ditinho, com seus mais de 74 anos, é o personagem central do Engenho do Barreiro, uma construção colonial do século XIX, que desperta a curiosidade dos visitantes. Lá, peças que poderiam estar em museus, contam um pouco da história da cidade e da fabricação da cachaça com a ajuda do sr. Ditinho. Feitas artesanalmente, as cachaças do Barreiro podem ser degustadas no próprio sítio e os turistas ainda vêem a cachaça azul, um dos três tipos de cachaças produzidos por lá. Onde fica: Av. Aparecido Rodrigues da Rocha, 1.175, Bairro do Barreiro.

Sucesso em Lindóia, o Engenho Cavalo de Tróia, além de alambique, faz produtos artesanais, como o fubá e, ainda, café torrado e moído na hora, suco de uva e o conhecido sorvete de queijo. Onde fica: Rod. SP 360 - Serra Negra / Lindóia.

A Adega Benedetti, em Amparo, fabrica a cachaça Flor da Montanha, que também recebeu medalha de ouro no Concurso Internacional de Bruxelas de 2014 com sua versão prata . A história da família Benedetti, como produtores, iniciou em 1929. A cachaça começou a ser produzida juntamente com o açúcar e, hoje, a bebida é uma das mais conhecidas em toda a região. Onde fica: Rod. Amparo / Serra Negra, Km 138 - Bairro dos Almeidas.

Baseado nas reportagens de Aryane Cararo – O Estado de S.Paulo e Leandro Amaral

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