quarta-feira, 2 de novembro de 2016

COMO OS MAIS REQUISITADOS CONHAQUES E UÍSQUES: “UTILIZAMOS BARRIS DE CARVALHO AMERICANO E FRANCÊS; NOSSOS PRODUTOS SÃO EXCLUSIVOS E NUMERADOS”

Como os mais requisitados conhaques e uísques: “utilizamos barris de carvalho americano e francês; nossos produtos são exclusivos e numerados”
👤por revistacartapremium (outubro 31)

Com produtos de reconhecimento nacional e internacional, tanto que podem ser encontrados em cartas de renomados empreendimentos como Mercure Hotel, da rede Accor, Restaurante Tordesilhas, na capital paulista e empórios refinados como o Fino da Cana e Santa Therezinha, a Microdestiolaria Hof é considerada uma das principais produtoras de cachaça artesanal do País, destacando-se por sua expertise em produzir produtos sofisticados e de alta qualidade. “Essa trajetória de sucesso é resultado da assertividade em identificar e compreender as preferências do consumidor. Para nós, essa percepção é primordial, um dos fatores determinantes para a nossa produção e mais ainda para atender às expectativas e conquistar a aceitação do produto”, pontua Martin Braunholz, sócio-proprietário. “Acreditamos que os estabelecimentos dos mais diversos  tipos devem oferecer nossos produtos pela sua proposta inédita, que é a de oferecer algo único e exclusivo, cada vez mais procurado pelos paladares mais exigentes e que buscam bebidas de qualidade feitas em pequenos lotes”, completa.

Martin lembra que, para o desenvolvimento de cada bebida, a Hof realiza inúmeros testes às cegas, com produtos nacionais e internacionais de primeira linha, a fim de atrelar componentes que são apreciados pelo paladar brasileiro. “No caso das cachaças, utilizamos barris de carvalho americano e francês, que também são usados na produção de grandes e renomados destilados internacionais, como o cognac e whisky. No caso dos demais produtos (licores e aguardentes compostas), combinamos os destilados com café e laranjas, produtos locais e de grande aceitação pelo apreciador nacional”, completa.

Para ele é primordial compreender e dirigir os produtos para o paladar do consumidor-alvo. “Nosso maior trunfo é a degustação. Esta é fundamental para definir a decisão de compra por parte do cliente. Quem experimenta sente o prazer de uma bebida superior, exclusiva e diferenciada. Por inúmeras vezes ouvimos tanto de especialistas, como de consumidores, que nossas bebidas são as melhores já experimentadas”.

Diferenciais postos à prova

Nesse ano, entre as premiações conquistadas pela empresa está a Medalha Prata com seu rótulo Alma da Serra na Expocachaça, maior e principal evento do setor. “A cachaça Alma da Serra foi muito degustada e apreciada. Mas vale indicar ainda a Curato, aguardente composta de café arábica e laranjas, muito procurada e mencionada até fora da feira (mercado municipal de Belo Horizonte), o que ocasionou sua rápida venda, tendo se esgotada já no terceiro dia do evento. Nosso outro rótulo, a Sortilégio, composta com frutas secas e especiarias também foi muito apreciada”, detalha o porta-voz.

A Alma da Serra é envelhecida em barris de carvalho americano, atendendo ao maior índice de venda e de maior preferência do público brasileiro, segundo Braunholz. “O carvalho americano é de mais fácil aceitação, pois principalmente suas notas de baunilha são mais evidentes. O fato de esta cachaça ter recebido Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas em 2014 e ter sido campeã entre cachaças premiadas em ranking promovido pela revista VIP em 2015, contribuiu para seu alto volume de vendas. A nossa aguardente Curato também vem despontando como um produto de grande aceitação e crescente volume de vendas. A combinação de uma excelente cachaça com estes produtos regionais tem agradado muito os brasileiros”.

Para Aline Bortoletto, da equipe do Laboratório de Qualidade Química de Bebidas (LTQB) da ESALQ-USP, a cachaça Alma da Serra se destaca pela complexidade e harmonia entre aromas e sabores. “Apresenta coloração caramelo e aromas delicados de baunilha e maracujá verde. Na boca, oferece sensação de aveludado e o retrogosto é levemente adocicado e extremamente agradável”.

Outros produtos da empresa são os licores de café Frigga e Trigoni.

Um pouco de história

A Hof tem a sofisticação em seu DNA. Trabalha com conceito boutique, produção em baixa escala e com garrafas numeradas. Esses critérios são estabelecidos para manter a exclusividade dos produtos e proporcionar ainda mais qualidade.  “A primeira opção de negócio quando adquirimos um sítio em Serra Negra foi começar a produzir queijos de leite de cabra. Mas o sucesso de um licor de doce de leite de cabra em uma feira do setor despertou nosso interesse para as bebidas. Conhecemos o doce de leite de cabra ‘cajeta’ após uma viagem para o México e resolvemos produzir o licor. Na feira, o licor foi o que fez mais sucesso. Foi aí que pensamos: estamos trabalhando com um negócio perecível, que é o queijo. E o licor foi um sucesso. Resolvemos mudar de atividade. licor, começamos a investir em licores e cachaças e hoje administramos a Microdestilaria Hof. Depois de pesquisar a fundo o mercado, começamos a destilar licores e posteriormente a bidestilar cachaça, bem como a vender na região. Resolvemos então regularizar a atividade e trabalhar de forma profissional. Em 2013 obtivemos toda a documentação oficial e iniciamos a comercialização de forma gradativa. Investimos cerca de R$ 150 mil na destilaria e resolvemos apostar em um conceito de boutique – espaço pequeno, capacidade limitada de produção e linhas exclusivas. Atualmente estamos finalizando uma ampliação e alcançando uma capacidade de produção de 1.500 litros/mês entre todos os produtos”, conta o sócio-proprietário.

Ele lembra que mais importante que o marketing é atender à expectativa do cliente com um produto de qualidade superior, o que é decisivo para a evolução do nosso negócio. “Esse processo de reconhecimento e aproximação com o nosso público contribui para excelentes resultados e nós ficamos extremamente satisfeitos com a crescente aceitação”, enfoca.

A Hof está desenvolvendo um bitter de café, algo como o Angostura e outros bitters modernos, destinado a elaboração de coquetéis, cada vez mais apreciados pelo público jovem e exigidos pelos mixologistas e bartenders. “Além disso, estamos próximos (início de 2017) de lançar uma edição limitada e exclusiva de uma cachaça super-premium, descansada em tonel de carvalho americano de whisky por 5 anos. Especialistas já afirmaram que esta bebida é especial e merece ser comercializada de forma diferenciada. Acabamos de firmar um contrato de exclusividade com um distribuidor nacional que tem a expertise na exportação e a intenção é a colocação dos produtos também no mercado internacional”, finaliza.

A microdestilaria fica em Serra Negra, no interior paulista, e está de portas abertas para a visitação, com tour pelo Sítio Capril Serra Negra, visita ao alambique e desgustação em um lounge bar especialmente preparado. Mais informações no site www.microdestilariahof.com.br .

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Confraria busca roteiros alternativos e descobre tesouros da gastronomia

08/09/2016 Gastrovia Turismo e Gastronomia


Sim, o interior de São Paulo, mais especificamente a RMC - Campinas, esconde algumas preciosidades gastronômicas e não estou falando da grande rede de restaurantes de Campinas, com opções variadas para diferentes bolsos e paladares. São tesouros que ainda estão "fora do mapa" da gastronomia!

O grupo formado pela Confraria da Cerveja, sob o comando de Waldemar Sto, embarcou em mais um passeio organizado pelo BeerTripSP. As cervejas especiais foram apenas a primeira afinidade, pois, o grupo ampliou seus interesses para várias áreas da gastronomia, além das cervejas, jantares harmonizados, compras coletivas, roteiros turísticos entre outros assuntos relacionados ao prazer de sentar à mesa com amigos e se fartar com sabores, cores, aromas e histórias. Desta vez, os confrades visitaram a Fazenda Atalaia em Amparo, a Drotmund Bier e a Hof Microdestilaria, ambas em Serra Negra.  São produções artesanais, que claramente focam na diferenciação de seus produtos pela qualidade superior, e isso é o que importa!

Primeira Parada: Fazenda Atalaia

A fazenda com sua sede construída no fim do século XIX é um cenário belíssimo que guarda lembranças da cultura de café, e que hoje dá espaço à produção de queijos diferenciados e artesanais. Tal processo resultou numa qualidade impar dos produtos que chamou atenção de renomados chefs e restaurantes, como Alex Atala, que utiliza seus queijos no premiado restaurante DOM.
O portfólio da fazenda Atalaia é vasto, desde manteigas, iogurtes, mussarelas e outros queijos e derivados com menos complexidade de produção, até os queijos Tulha, Mantiqueira e Mogiano, que passam pelo processo de maturação de até 18meses, em ambiente com temperatura e humidade controladas.

Fomos recebidos pelo Paulo, que nos mostrou toda gama de queijos e nos contou sobre seu processo de produção e maturação, além é claro, de nos proporcionar a degustação de todos seus produtos, que podem ser adquiridos alí mesmo.... Um passeio enriquecedor, do ponto de vista cultural e gustativo.
Os produtos da fazenda Atalaia têm uma restrita distribuição em comércios de Campinas e São Paulo, mas, vale a pena entrar em contato com eles para verificar onde e como podem ser adquiridos.
 
Segunda Parada: Dortmund Bier

A Microcervejaria Artesanal localizada em serra negra,  tem um espaço de dar inveja à todos cervejeiros que nutrem o sonho de produzir cervejas artesanais, muito bem instalada e com um BrewPub bem legal com opções das cervejas produzidas na casa e mais uma grande quantidade de rótulos nacionais e importados, além de um bom cardápio e um excelente atendimento. Abre de sexta à domingo.

Nossa segunda parada foi rápida e apenas com o objetivo de pegar cervejas para o churrasco na microdestilaria Hof, certamente o local merece mais tempo para avaliação minuciosa!
Por hora, nos deleitamos com a cerveja The White IPA, que foi lançada em comemoração aos 2 anos da cervejaria Dortmund, Inicialmente como sendo sazonal, mas devido ao enorme sucesso passou a integrar a linha das cervejas. Um mix de estilos que combina as especiarias do estilo witbier e o frescor do trigo, com os lúpulos potentes e aromáticos das melhores cervejas do estilo American India Pale Ale.  Amargor na medida certa, com seus 50 IBUs, e muito dry-hopping de Cascade e Sincoe.

Claro que não podia faltar a Dortmund Pils, coloração amarelo-ouro, espuma de boa formação intensa e persistente, encorpada, aroma suave de malte, amargor equilibrado e sensação residual de lúpulo.

Terceira Parada: Hof Microdestilaria

Fiel ao lema “Tradição e Modernidade”, a Hof mantém a fabricação de antigas receitas com o uso da menor tecnologia possível, visando alto nível de qualidade, sempre respeitando as mais exigentes normas técnicas de produção de bebidas, essa é a Hof microdestilaria.

Localizada na área rural de Serra Negra, a Hof tem uma gama de cachaças e licores de altíssimo nível de qualidade, conquistando a medalha de ouro no Spirits Selection Brasil 2014 promovido pelo Concurso Mundial de Bruxelas, com a cachaça “Alma da Serra” – Carvalho Americano, uma preciosidade que descansada em barril de carvalho americano com sabor apurado e textura marcante.
Nessa parada, além de conhecer o processo de produção da microdestilaria, participamos de um churrasco de cordeiro, organizado por nosso guia Waldemar e pelo proprietário, Martin Braunholz, onde pudemos degustar as várias cachaças e licores produzidos pela Hof, dentre elas, tivemos o privilégio de conhecer a “Sortilégio”, uma cachaça que passa pelo processo de infusão de especiarias, conferindo sabores únicos que em breve estará à disposição do consumidor.

Martin e sua família gerenciam todo processo de produção e além de ser um excelente anfitrião, transmite ao visitante toda a paixão, conhecimento e esmero empregado na microdestilaria.
O novo destilador da Hof é o que tem de mais moderno e o mesmo utilizado pelas melhores produtoras de uísques escocês, claro, em tamanho maior. A microdestilaria é aberta à visitação aos sábados e domingos das 10 às 18h e seus produtos podem ser adquiridos no local, além de contar com distribuidores em Campinas e São Paulo.

Aos que gostam de tais “expedições gastronômicas”, elas acontecem com a organização do sommelier e gastrônomo Waldermar Sto, em uma confortável Van conduzida por um motorista profissional. Claro que você pode ir sozinho, mas, com a visitação guiada pelo Waldemar, o passeio torna-se uma experiência enriquecedora!

 Anote!

Fazenda Atalaia
Endereço: Rodovia SP 352, Km 137,3, 13.900-970 Amparo
Telefone (19) 3807-5545 / (19) 99110-7793
Email: fazendaatalaia@uol.com.br
Site: https://www.facebook.com/fazendaatalaia

Dortmund Bier
Endereço: Rod. SP 360 km 144,7 s/n - próximo ao posto Shell, 13930-000 Serra Negra
Telefone (19) 3892-1840
Email: cerveja@dortmund.com.br
Site: www.dortmund.com.br

Hof Microdestilaria
Endereço: Rodovia Joaquim Alexandre Zocchio, s/n, Km 04 Serra de Cima, 13930-000 Serra Negra, SP – Brasi, 13930-000
Telefone (19) 9-9722-6090-Leandro (11) 9-7141-1571-Matheus
Email: hof@microdestilariahof.com.br
Site: http://www.microdestilariahof.com.br

Herr Bier
Telefone: (19) 3029-6686
Email: beertrip@bol.com.br

sábado, 13 de agosto de 2016

Descubra como é feita cachaça, a bebida mais brasileira que existe

Destilado mais consumido no País, a pinga surgiu há cinco séculos e hoje movimenta um mercado bilionário
Por Guilherme Moraes

Pinga, cana, branquinha, “água que passarinho não bebe”, “marvada” e por aí vai. A quantidade de nomes pelos quais a cachaça é conhecida é tão grande quanto sua história, que remonta aos primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil. Passados cinco séculos, hoje ela é a segunda bebida alcoólica mais consumida no País, atrás apenas da cerveja, e conta com milhares de produtores no País. Seu processo de fabricação é simples, mas exige muitos cuidados.

1 – Colhendo a matéria-prima

O processo de produção não difere da maioria dos destilados, passando por fermentação, destilação e eventualmente envelhecimento. Mas, primeiro, é preciso colher sua matéria-prima: a cana-de-açúcar. Tudo começa com o cultivo, por um ano, da cana-de-açúcar. O corte normalmente é manual, já que a planta não pode ser queimada ou vir com muitas folhas, como acontece na colheita mecanizada.

2 – Moagem

O segundo passo é a moagem da cana, que extrai da matéria-prima um suco fresco, de cor amarelo-esverdeada, conhecido em algumas regiões do Brasil como garapa. É esse suco que diferencia a cachaça de outros destilados da cana-de-açúcar que, como o rum, são feitos a partir do melaço. “Nessa etapa, é importante filtrar o caldo da cana para retirar os bagaços e outras impurezas. Também é preciso controlar a quantidade de açúcar acrescentando água, porque se o caldo estiver muito doce a levedura não se desenvolve”, explica Alexandre Bertin, dono da Cachaça Sapucaia, fundada em 1933 na cidade de Pindamonhagaba, no interior de São Paulo.


3 – Fermentação  

O passo seguinte é a fermentação. O caldo extraído da cana é levado para descansar e passa pelo processo de fermentação natural, com a ação de leveduras. Esse processo dura, em média, de 24 a 36 horas, mas pode ser acelerado com catalisadores.



4 – Destilação

Por fim, o líquido é destilado, sendo que há duas formas de se fazer isso. Com a produção artesanal, a cachaça é destilada em um alambique, uma espécie de panela de pressão gigante. No método industrial de produção da cachaça, são utilizadas colunas de destilação. Nesse processo, o caldo é aquecido até virar vapor, que por sua vez é enviado a uma serpentina resfriada que devolve ao composto seu estado líquido.

5 – O coração da cachaça

Nem todo o líquido que sai do alambique é próprio para o consumo. A primeira parte do volume destilado, chamada de “cabeça”, é alcoólica demais. A última parte, chamada de “cauda”, tem pouco álcool e é composta basicamente por água. Por isso, ambas as “partes” são descartadas. A bebida é fabricada apenas com a parte do “meio” do processo de destilação, chamada de “coração da cachaça”.

6 – Envase ou envelhecimento

O “coração da cachaça” já pode ser engarrafado. A cachaça também pode ser envelhecida em barris de carvalho, amburana ou amendoim, entre outras madeiras – que podem, inclusive, alterar o sabor e coloração do produto. Depois de todo esse processo, é só saborear. Além de pura ou com gelo, açúcar e limão – a popular caipirinha –, a cachaça harmoniza muito bem com muitas frutas, como morango, maracujá e laranja.

7 – Quem inventou a bebida mais famosa?

A versão mais aceita sobre a invenção da cachaça é de que ela foi fabricada pela primeira vez entre 1516 e 1532 em algum engenho do litoral brasileiro – sendo, dessa forma, o primeiro destilado em toda a América Latina, antes mesmo da tequila mexicana ou do rum caribenho.

Alguns dizem que os responsáveis foram os primeiros portugueses que chegavam para colonizar o País, que, para amenizar a saudade da terra natal, teriam improvisado uma bebida com o que sobrava do caldo de cana. “Apesar de usar uma matéria-prima que veio da Ásia, mas se adaptou muito bem ao nosso litoral, a cachaça tem tudo a ver do Brasil”, diz Felipe Jannuzzi, criador do site “Mapa da Cachaça”, que reúne notícias, dados e curiosidades da bebida. “Seja como aperitivo ou nos drinques, como a popular caipirinha, ela ocupa uma parte muito importante da gastronomia do País. E acho que cada vez mais o brasileiro vai reconhecer e valorizar isso.”

Além de ser considerada um patrimônio cultural brasileiro, hoje a cachaça movimenta um mercado gigantesco. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), hoje o País conta com 40 mil produtores e cerca de quatro mil marcas da bebida no mercado internacional.

Dados Sistema de Controle da Produção de Bebidas da Receita Federal (Sicobe) mostram que, em 2013, o faturamento do setor alcançou R$ 5,95 bilhões, com a produção de pouco mais de 500 milhões de litros da aguardente. Esses números transformam a “branquinha” no destilado mais consumido no Brasil e o terceiro em todo o mundo.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Produtores de cachaça buscam certificação para valorizar bebida

Cachaças que têm a qualidade reconhecida por selos de credibilidade são de 20% a 30% mais caras. Identificação geográfica e prêmios também são requisitos que abrem mercados e atestam a qualidade das bebidas
Grasielle Castro/EM.com.br

Em momento de alta nos custos, decorrente dos aumentos dos impostos que entraram em vigor no ano passado, produtores de cachaça procuram alternativas para valorizar suas bebidas. Uma das estratégias está na busca por certificações. Apenas selos mais básicos, seja do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que tem a chancela do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), são capazes de agregar cerca de 20% no valor cobrado pela cachaça. E se a marca tiver os mais exclusivos, como o de indicação geográfica do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para a produção de Salinas (Norte do estado) – conquistado em 2012 –, a valorização pode passar dos 30%. Prêmios obtidos ao redor do mundo representam ganhos ainda maiores para as bebidas.

“O mercado reconhece e pede o selo”, afirma o presidente da Associação dos Produtores Artesanais da Cachaça de Salinas, Aldeir Xavier de Oliveira. Para ele, o reconhecimento e o aumento na procura são até maiores do que a alta do preço do produto certificado. No entanto, ele lembra que não dá para só obter os certificados e deixar de lado a qualidade: “A cachaça tem de ser da boa mesmo”. E ele ainda reforça que, na região, há também uma concorrência pela melhor bebida, principalmente entre as 27 marcas que participam da associação. “Se uma faz uma boa, o vizinho corre pra tentar fazer uma melhor.” Os pequenos produtores de Salinas produzem cerca de 500 mil litros da bebida anualmente, sem contar com a Seleta, que chega a atingir 1,5 milhão de litros, segundo Xavier.

Fernando de Castro Furtado, que produz as cachaças Taruana e Kayana no distrito de Taruaçu em São João Nepomuceno, na Zona da Mata mineira, obteve a certificação do IMA há cerca de seis anos para a primeira marca. “Foi muito importante para conquistar fama e atestar a qualidade”, garante. Atualmente, sua produção média é de 30 mil litros anuais. E ele atesta que vende tudo, apesar de não estar na região de Salinas. “Agora, com a alta dos impostos, ficou mais difícil, porque tivemos que repassar o aumento. Ainda assim, não falta cliente”, afirma.

Leandro Dias, organizador do 1º Congresso Nacional da Cachaça (Concachaça) e um dos fundadores da Confraria Paulista da Cachaça, garante que a certificação é “extremamente importante”. Ele acredita que os prêmios sejam outra forma de valorização. Para ele, só o selo ou a indicação geográfica não são a prova da melhor qualidade. “Obter a certificação é algo básico, que dá a segurança para o consumidor e combate a informalidade. Mas é preciso mais.” O responsável pelo alambique sempre tem que ter o ambiente limpo, boas práticas, cana de qualidade, enfim, estar de olho em todo o processo.

EFICIÊNCIA O diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, observa que a certificação possibilita também a melhoria de gestão. E uma produção mais eficiente reflete diretamente na redução dos custos. E no caso da indicação geográfica, ele acredita que seja também proteção de um ativo. Além de Salinas, outras regiões que têm o certificado do Inpi para a cachaça são Paraty (RJ) e Abaíra (BA). “Representa uma abertura positiva de mercado e evita que terceiros usem indevidamente a denominação”, reforça.

Segundo o superintendente de Interlocução e Agroindústria da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Milton Flávio Nunes, a busca pela certificação é uma iniciativa voluntária do empresário. E acaba que, em sua opinião, também representa uma segurança tanto para o dono do alambique quanto para seus clientes, principalmente dentro de um cenário em que a clandestinidade ainda é muito forte. Em Minas, há cerca de 800 alambiques legalizados.

Nunes lembra que os grandes provadores de bebidas buscam, acima de tudo, qualidade. E a exigência está mais refinada a cada dia. Para ele, os certificados já garantem uma chance de uma boa classificação para a cachaça. “E o cliente também paga mais. Há uma valorização e um caminho aberto para um público mais restrito”, diz. Apesar de sua observação, ele lembra que só o certificado não é suficiente para garantir que a cachaça tenha mais qualidade. É apenas mais um requisito que aponta nessa direção.

O número de ilegais em Minas pode ultrapassar os 20 mil, de acordo com especulações dos próprios empresários do setor. Xavier diz que os tributos já representam bem mais de 50% do valor da cachaça. Carlos Lima, do Ibrac, diz que podem passar de 80% do preço da garrafa. A alta só do Imposto sobre Produção Industrial (IPI) no ano passado foi de 160%. “E o efeito é em cascata”, observa. Por isso, pode alavancar o mercado informal. “Foi um convite à informalidade”, pondera Xavier. Apesar disso, Milton Nunes aposta ser possível inverter essa curva. “Temos a meta de legalizar o máximo de alambiques em Minas. Vamos visitar cerca de 300, em três anos, fazer auditorias que levam à notificação e termo de ajustamento de conduta (TAC)”, afirma. “O importante é a conscientização de que a legalização e a certificação são boas para o negócio”, reforça.

POTENCIAL O gerente de Certificação do IMA, Rogério Fernandes, conta que o sistema mineiro já conta com 66 alambiques e 136 marcas certificadas. O montante ainda é muito pequeno para um processo que teve início em 2008, mas tem grande potencial de crescimento. Ele diz que no país há 3.403 marcas de cachaça registradas, segundo o Mapa. Em Minas, as marcas somam 1.620.

“Para a certificação, só trabalhamos com os produtores registrados”, diz Fernandes. Ele explica que o processo é simples. Basta entrar no site do IMA (www.ima.mg.gov.br/certificacao/cachaca). Nele, há um check list de tudo que precisa ser feito para marcar a auditoria e obter a certificação. A taxa única de registro é de R$ 500 e mais R$ 300 das auditorias anuais. O selo, depois da aprovação de todo o processo, sai pelo custo de R$ 0,21 por garrafa. “É interessante, porque qualquer certificação privada sai por mais de R$ 5 mil”, observa Fernandes. E, segundo seus cálculos, é possível agregar, pelo menos, 20% no valor da bebida apenas com a obtenção do selo. “Isso sem contar com a melhoria do mercado e com a maior aceitação da marca.”

No site do IMA, também tem a relação com as marcas e alambiques certificados. “Qualquer um pode consultar, o que minimiza o risco de fraudes”, reforça Fernandes. Em sua opinião, o selo é sinônimo de confiança.

Pura e brasileira

Os governos do Brasil e do México concluíram em 22 de fevereiro o processo de negociação do Acordo para o Reconhecimento Mútuo da Cachaça e da Tequila como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México. Enquanto a Tequila é protegida em mais de 46 países, incluindo a União Europeia, a cachaça está protegida em apenas dois (Estados Unidos e Colômbia). Com o reconhecimento, o México é o terceiro país a confirmar a bebida como um destilado exclusivo do Brasil.

Enquanto isso...

...etanol é mais uma opção


Milton Nunes, da Seapa, conta que o estado está desenvolvendo um programa de produção de etanol e cachaça. Isso para estimular a fabricação do álcool de cana-de-açúcar a partir dos subprodutos do alambique. A cabeça e a calda, que devem ser desprezadas, podem ser utilizadas no feitio do etanol. “Dessa forma, ganha o meio ambiente, que não recebe estes resíduos, e o consumidor, que também deixa de correr o risco de ter estes subprodutos de qualidade ruim misturados na cachaça boa”, explica. Segundo Nunes, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado (Emater-MG), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são parceiros no desenvolvimento do programa. “O trabalho busca a forma legal para permitir o consumo do etanol artesanal”, conta o superintendente da Seapa.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O “boom” das bebidas produzidas em pequena escala (“small batch”).

Nos Estado Unidos as destilarias artesanais, ou microdestilarias encontraram a fórmula certa para competir. Licores e destilados produzidos em pequena escala estão entrando no foco do consumidor, e estão forçando uma “queda de braço” ao longo deste caminho. Nos Estados Unidos não faz muito tempo em que você encontrava poucas marcas de bebidas na prateleira de um bar. Atualmente você entra e vê dezenas, até centenas de bebidas e licores diferentes, e muitos deles são de destilarias artesanais.

Scott Bush, o fundador e presidente da “Templeton Rye Spirits” afirma que o mercado moderno nunca foi tão gentil com os jovens entrantes. Como a produção e consumo de massa se tornaram a regra de ouro do capitalismo, algo considerado artesanal ou familiar estava condenado há pouco tempo atrás a trilhar o mesmo caminho dos dinossauros, a extinção.

Agora, porém, uma tendência surgiu na América e no melhor de seu sentido de comunidade, o reconhecimento das habilidades e o amor pelo fraco e oprimido.

Faça seu brinde ao “small batch”. As bebidas e licores elaborados em pequena escala e as microdestilarias que os produzem estão desfrutando de um renascimento que não se via desde os dias da Lei Seca, quando eram frequentemente - e ilegalmente - a única alternativa.

Desta vez, porém, não é um movimento de reforma impopular imposto com a Constituição, que proibia a "fabricação, venda ou transporte de de bebidas alcoólicas", que está conduzindo esta tendência. Ao invés disso, licores e destilados em pequena escala estão encontrando um lugar no mercado através de uma vontade de abraçar estranhos companheiros de tradição e inovação tecnológica.

Embora algumas das principais destilarias estejam produzindo também as suas especialidades em volume limitado, chamados também de “small batch”, os verdadeiros herdeiros do “mom-and-pop” são os pequenos destiladores ao abraçar novamente o antigo ofício de destilar bebidas.

Tecnologia tem alimentado o “revival”

Microdestilarias estão dando ao ato de beber mais opções. Trocadilhos à parte - a mesma força que tinha a mão pesada na condução das pequenas destilarias à beira da extinção, está agora desempenhando um papel importante em sua revitalização. A tecnologia, que criou a linha de montagem em escala de produção e quase determinou a morte do artesão, acaba de dar as mãos.

"A tecnologia está impulsionando o ressurgimento do pequeno grupo de fabricantes em pequena escala “small batch”, os “destilados artesanais", disse Carter Reum, que, juntamente com seu irmão, Courtney, deixaram seus empregos na Goldman & Sachs para lançar o Veev em Los Angeles, anunciado como "O primeiro destilado de Açaí no mundo. "

Os consumidores são agora capazes de divulgar suas experiências e novidades a amigos e colegas mesmo sendo ou não da mesma opinião em seus gostos. Hoje você pode vasculhar tudo lá fora e as pessoas têm vozes reais para compartilhar coisas que descobriram, disse"Carter Reum.

Ao invés de confiar em jargões de marketing ou em palavras glaciais dos locutores, agora é a vez do “evangelho do blog”, o Tweeter e o Facebook. Sem os orçamentos de publicidade das grandes empresas de bebidas, os fabricantes artesanais abraçam as oportunidades que as mídias sociais têm a oferecer.

Costumava ser que você dizia ao seu vizinho ou ao cara sentado ao seu lado no bar que descobriu um produto similar Veev, disse Carter Reum. Mas agora você pode transmitir suas impressões a mais de mil pessoas com um simples clique de um botão."

Tradição atrai consumidores

Tão poderoso como livre, ações de publicidade através das mídias sociais podem ser, o alicerce da crescente popularidade das bebidas feitas em pequena escala e a história por trás dos produtos. A história inspira a bebida com um senso de tradição e espírito de camaradagem entre destilador e dos consumidores.

"Meu bisavô era um empresário durante a proibição", disse Scott Bush, fundador e presidente da Templeton Rye baseada no estado de Iowa. "Eu trabalhei em banco, e quando eu voltava para casa nos feriados e ouvia as histórias de família sobre a bisavo fazer uísque, e enviá-lo para Chicago, eu pensei, 'Uau, isso é uma grande história, eu adoraria poder fazer isso de novo. "

Não fazer parte do contrabando, é claro, mas a escola de negócios em graduação MIT não conseguiu resistir ao canto da sereia de ressuscitar a receita original do uísque de centeio fabricado por homens, como seu bisavô, nos anos 1920.

"Eu acho que todo mundo quer sua própria marca e sua própria história", disse ele. "Eu fui atraído para isso, e eu acho que as pessoas estão interessadas nisso, e os grandes têm sido tão lentos e sem criatividade que muitos dos destiladores artesanais estão recebendo muita atenção merecida.

"Não faz muito tempo em que você entrava em um bar e você poderia seguramente dizer que haviam não mais que oito uísques na prateleira", disse Bush. "Agora você vai a um bar e encontra dezenas, até centenas de uísques, e muitos deles são as artesanais."

Enquanto “bathtub gin”(se refere a destilados artesanais produzida em condições amadoras). O termo apareceu em 1930, na era da proibição de álcool nos EUA, em referencia à sua má qualidade) e “moonshine” (bebida produzida ilegalmente à luz do luar, ou seja, na clandestinidade) podem ser coisas do passado, até mesmo os novatos no pedaço (“kids on the block”) se deleitam com esta comparação, vendo-a como uma maneira de ao mesmo tempo informar os seus clientes, como também se distanciar dos grandes produtores que saturam o mercado de bebidas.

"Quando iniciamos em 2006, nós começamos “na parte traseira do nosso carro", disse Reum, com um aceno de sua saída e de seu irmão de Wall Street literalmente para a rua. "Nós fazemos as coisas de uma forma sustentável e “eco-friendly”. É algo em que realmente acreditamos, e tudo para ganhar gradativamente mais e mais consumidores ao invés de apenas ter uma outra vodca aromatizada de uma das grandes indústrias".

Pequenez é uma virtude (“small is beatifull”)

Enquanto os poderosos da indústria de bebidas permitiram o crescimento dos pequenos fabricantes de forma complacente, os nichos de mercado nos quais bebidas como “Veev” e “Templeton” habitam, estão atraindo algumas atenções esperadas, mas indesejadas.

"Algumas das grandes empresas responderam lançando seus produtos de um único barril há uma semana e, de repente, acham que é semelhante ao nosso", disse Bush. "Mas os consumidores não estão comprando com isso, a singularidade dos produtos artesanais que ainda é a força motriz desta tendência."

Mesmo quando os grandes produtores o fazem corretamente, como no caso de Jim Beam, que também possui o popular quarteto bourbon de escala limitada de “Booker's”, Baker's”, “Basil Hayden's” e “Knob Creek”, "pequena escala" é um termo relativo. “Knob Creek”, apesar da idade de nove anos, vendeu cerca de 150.000 cascos em 2007, enquanto as vendas anuais de “Bush's rye” feitos com amor são cerca de 3.000 cascos.

"A indústria de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos é dominada por cinco ou seis grandes empresas", disse Bush. "A melhor coisa que temos é o fato de que eles não podem envelhecer uma bebida mais depressa do que nós podemos."

Oferecendo inovação e um produto com distinção num mercado na maior parte homogêneo, soa bem, mas ainda assim é uma batalha difícil, diz Reum Veev.

"Não é nenhuma surpresa que acabamos tendo a sensação de uma luta de David contra Golias, como no caso da Absolut Vodka, cujos dois últimos sabores foram açaí e uma combinação de chá “oolong” e elderflower", disse ele. "Mas vivemos pelo fato de que nós formamos adeptos que compram junto com a nossa marca, uma história por trás desta marca e que nós somos um tipo diferente de empresa."

Como em todos os relacionamentos, é uma questão de fé, tanto da parte do consumidor, como da destilaria. Nosso consumidor alvo é fiel não apenas em função do paladar, mas principalmente por causa da qualidade e da história. Reum disse: “Nós não podemos pensar que vamos perder a base de clientes cada vez que alguém divulga um novo produto de massa”.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

UMA ROTA “OURO” pelo interior paulista

Extraído da Revista Carta Premium Especial
Uma microdestilaria boutique

Em nossa passagem pelo interior paulista, também fomos à Serra Negra e conhecemos a microdestilaria Hof, que produz bebidas de reconhecimento internacional, em especial sua cachaça premium Alma da Serra. Em seus “espíritos feitos à mão”, todos os processos na microdestilaria seguem princípios artesanais e de oferecer uma bebida realmente de qualidade superior. Além da Alma da Serra, a lista de exclusividades inclui a cachaça Curato, uma premium bidestilada composta com grãos de Coffea arabica, cascas de laranja cortadas à mão e frutas secas; o Frigga, um licor creme de café, que remete a bebidas como a Amarula; e o Trigoni, um licor feito especialmente com Coffea arabica, aromatizado com cascas de laranja cortadas à mão, passas e especiarias. “Todos que vieram e provaram o produto espalham a nossa qualidade. É um diferencial. Não temos intenção de ter uma grande produção, mas algo bem exclusivo, que permita ser bem apreciado e reconhecido.

É comum recebermos ligações de pessoas que provaram a Alma da Serra e querem vir até aqui comprar diretamente e degustar. Não é à toa que a bebida foi premiada internacionalmente,
pois procuramos esse reconhecimento”, destaca Leandro Moraes, gerente da microdestilaria,
que apresentou à nossa Reportagem a pequena linha de produção e armazenamento.

Na verdade, a Hof trabalha com um conceito contemporâneo de produção em escala reduzida, com criações de receitas originais, mantendo a harmonização das propriedades marcantes dos ingredientes e a destilação em alambiques de cobre do tipo pot still. Seu conceito é de microdestilaria “boutique”, bem contemporâneo na produção de bebidas alcoólicas de alto padrão em escala reduzida. “A base de todas as bebidas é a aguardente de cana da maior qualidade e o puro álcool proveniente dos cereais.

Além disso, o clima da região ajuda na boa qualidade da cana, que acumula maiores quantidades de açúcares em seu interior. Obtido originalmente por produtores renomados e redestilado na Hof, o produto final contempla uma bebida de melhor qualidade, que pretende maior delicadeza e suavidade,
tanto no aroma, quanto no sabor”, explica M. Braunholz, sócio-proprietário da Microdestilaria Hof. “Contudo, criamos uma categoria de licores premium e destilados nobres. Por meio de garrafas numeradas, apenas algumas dezenas delas são produzidas de cada vez. Assim, abrimos caminhos inexplorados, oferecendo aos nossos consumidores novas experiências sensoriais”, completa.

Fiel ao lema “Tradição e Modernidade”, a Hof mantém a fabricação de antigas receitas com o uso da menor tecnologia possível. O espaço que abriga a microdestilaria, e aberto à visitação, é um charme à parte. A decoração resgata o clássico e o tradicional em um ambiente que encanta através da simplicidade da beleza das pequenas coisas. É um lugar fácil de frequentar, por isso vale a pena uma viagem até lá. O ambiente rústico vem propositalmente para lembrar o antigo, o secular. Os atributos de beleza estão presentes em cada detalhe da acolhedora e aconchegante arquitetura. A charmosa estrutura serve como ponto de parada para degustar uma bebida e ao mesmo tempo pode ser um espaço para exercer a troca cultural. “Queremos aproximar culturas diferentes e gerar experiências marcantes. Nem que seja por uma hora, por um dia, ou que se perpetue”, finaliza Braunholz.

A Cachaça Alma da Serra em sua versão descansada em barris de carvalho americano foi Medalha de Ouro no Concours Mondial Bruxelles – Spirits Selection, em 2014, além do 1o lugar no Ranking 2015 da Revista ViP de Cachaças Premiadas do Brasil.

sábado, 28 de maio de 2016

Cachaça, 500, tem sabores e aromas diferentes em cada região do país

MARÍLIA MIRAGAIA (COLABORAÇÃO PARA A FOLHA)

Apesar de estar tão ligada a Paraty (RJ) e a Minas Gerais, a cachaça nasceu há 500 anos, em 1516, no que hoje é o Estado de Pernambuco, segundo o registro de uma feitoria em Itamaracá. A boa notícia é que, ao longo do tempo, a produção da "marvada" (uma das centenas de denominações) se espalhou por quase todo o país.

O ranking de 50 melhores rótulos do grupo Cúpula da Cachaça, divulgado no fim de janeiro, é exemplo dessa diversidade. Nas dez primeiras posições há representantes de Estados que nem sempre vêm à mente quando a bebida é assunto, como Paraná e Rio Grande do Sul. "Cada região tem traços históricos e culturais que se traduzem em diferentes produtos", diz o engenheiro e sommelier Jairo Martins, autor de "Cachaça, o mais Brasileiro dos Prazeres" (ed. Anhembi Morumbi).

Para Felipe Jannuzzi, idealizador do Mapa da Cachaça, projeto que correu o país visitando alambiques, as diferenças aparecem em variáveis como cana, processo de produção, envelhecimento e teor alcoólico da bebida.

O que dá cor à cachaça, por exemplo, é a passagem por madeira. Essa tonalidade pode ir de um palha claro até um âmbar escuro e o que define isso é uma equação que envolve tamanho de tonel, tipo de madeira e tempo de armazenamento.

"No Nordeste existe uma tradição de cachaça branca mais forte em gradação alcoólica e um expoente disso é a Paraíba", explica Maurício Maia, professor e dono do blog O Cachacier. O mesmo vale para Pernambuco, que tem um cenário de convivência entre produtores de larga escala e artesanais.

No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul vem se destacando pela "receita de práticas modernas", explica Jannuzzi, com uso de leveduras selecionadas, controle de temperatura durante a fermentação e acompanhamento da evolução da cachaça quando envelhecida.

No Estado, é frequente encontrar bebidas com teor alcoólico mais baixo e que passam por envelhecimento. O procedimento torna a bebida mais macia, com outras camadas de sabor conferidas pela madeira, como caramelo, baunilha e frutas secas.

No Paraná, que tem a cachaça mais bem colocada do ranking, a Porto Morretes Premium, o cenário é marcado por pequenos produtores, muitos deles familiares, conta Fábio Marquardt, sommelier de cachaça e dono de uma consultoria em Curitiba.

São Paulo, por outro lado, já teve sua imagem associada a marcas de volume industrial - o que pode resultar, no copo, em uma bebida menos aromática. Mas isso começa a mudar: o Estado, maior fabricante do país, "tem buscado a novidade para se destacar no mercado, com o produtor se arriscando mais", diz Maurício Maia.


DA BRANCA À ÂMBAR ESCURA - Entenda as diferenças e saiba escolher a sua bebida


  • Cachaça branca também pode ter passado por madeira -algumas variedades, como freijó, alteram pouco a coloração da bebida. Em outros casos, a cachaça branca apenas 'descansa' em tanques de inox.
  • Para ser chamada de envelhecida, precisa ter ao menos 50% de uma cachaça que passou um ano ou mais em um tonel de no máximo 700 litros. Em outras variações de tempo de descanso ou tamanho de tonel, será chamada de armazenada. Carvalho e amburana são as madeiras mais comuns.

Mais suaves: Procure as que passam por envelhecimento em madeira. As gaúchas podem ser uma boa alternativa
Mais intensas: As que passam por madeiras como garapeira, angico e jatobá costumam ter personalidade mais intensa. As paraibanas são opção
Aromáticas: Cachaças com passagem em amburana podem lembrar baunilha. O bálsamo dá aromas de anis; castanheira faz lembrar frutas secas e caramelo; ipê dá aroma frutado
Para drinques: Prefira cachaças brancas para caipirinhas; use as envelhecidas para receitas clássicas que levam uísque ou conhaque
Como harmonizar: Frutos do mar, carnes brancas e peixes vão bem com cachaça branca gelada. Carnes vermelhas e pratos mais pesados combinam com cachaças de envelhecimento mais leve. Sobremesas são ideais com cachaça armazenada em amburana

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Aprenda a comprar e harmonizar cachaças

Roberta Malta | Cristiano Tomaz/Divulgação
Do UOL, em São Paulo 24/07/2014

A valorização dos produtos nacionais na gastronomia brasileira está chegando ao bar. Depois do boom dos vinhos, da cerveja e do café, finalmente chegou a hora de a cachaça mostrar que não é aguardente para alimentar os fracos de espírito e sim bebida de alto valor gastronômico, que pode tranquilamente acompanhar todas as etapas de uma refeição – da entrada ao cafezinho.

O fato tem origem histórica. "Os senhores de escravos tomavam uísque, cachaça era coisa da ralé", afirma. Até hoje, chama a sua atenção a bebida chegar à mesa de um restaurante ou ao balcão do bar já no copo. "Diferente do uísque, que vem na garrafa e é servido na frente do cliente." E provoca: "Todo país tem orgulho de seu destilado, por que não temos do nosso?"

Como escolher

Segundo um levantamento, existem cerca de 30 madeiras brasileiras que podem dar à bebida notas e nuances que nenhum outro destilado do mundo possui. "Eles só usam carvalho americano e francês, nós temos uma riqueza imensa para explorar." Exemplo disso são as cachaças de amburana e amarelo-cetim. Com aromas e sabores completamente distintos, deixam nítidas a diversidade do produto e suas possibilidades.

Para o UOL Comidas e Bebidas, Jairo Martins deu uma palhinha de como identificar uma boa cachaça na prateleira do supermercado e as noções básicas de harmonização.

Como comprar

  • Verifique se o líquido de dentro da garrafa é cristalino e não contém resíduos.
  • Vire a garrafa de cabeça para baixo e note se a bebida deixou resíduos no fundo. Em caso positivo, não compre.
  • Veja se o rótulo está bem colado, garantia de que a cachaça não foi produzida em um fundo de quintal qualquer.
  • Sacuda a garrafa. O líquido vai formar borbulhas que devem, em instantes, desaparecer. Caso demorem a se dissolver, procure outra cachaça.
  • Certifique-se de que a bebida está registrada no Ministério da Agricultura. Se estiver, vai ter um selo com um "registro MAPA" no vasilhame.

Harmonização básica
  • Frutos do mar, aperitivos, carnes brancas e peixes vão bem com uma cachaça nova geladinha.
  • Carnes vermelhas e pratos mais pesados combinam com cachaças envelhecidas durante um ano.
  • Feijoadas vão bem com uma cachaça envelhecida durante dois anos em carvalho.
  • Para acompanhar, café, chá, charutos, opte por uma cachaça com dois anos de envelhecimento.
  • Cachaças armazenadas por seis meses na amburana são ideais para acompanhar sobremesas.
  • E atenção: caipirinha não combina com madeira. Para preparar o drinque, prefira as cachaças brancas.

terça-feira, 10 de maio de 2016

A cachaça tem tudo para encher os brasileiros de orgulho

A cachaça é um grande destilado; ao contrário do uísque, que só usa o carvalho para envelhecimento, temos mais de 30 madeiras nativas que emprestam aromas e sabores à bebida
06 abril 2016 | Estadão Paladar por Carolina Oda

Se tem algo que irrita um apreciador da bebida brasileira mais genuína é ouvir alguém usar o termo “cachaceiro” de modo pejorativo. A cachaça é um grande destilado e tem tudo para encher os brasileiros de orgulho.

A cachaça tem sido cada vez mais valorizada no Brasil e no exterior em toda a sua diversidade de notas e sabores que não se encontram em nenhum outro destilado, resultado do processo de produção e também do armazenamento em barril de madeiras nativas. Mais de 30 madeiras já emprestam aromas e sabores à cachaça, como amendoim, amburana, bálsamo, ipê, jequitibá – morram de inveja, senhores de kilt acostumados a guardar seus destilados apenas em barril de carvalho.

Mas nem todo mundo sabe tirar da cachaça o melhor. A primeira dica é servi-la à temperatura de 20ºC (se estiver mais quente, o álcool predomina; muito fria, fica licorosa e os aromas desaparecem). Use uma taça tipo cálice pequena, de base arredondada e borda fechada, que concentra os aromas e direciona o líquido para a ponta da língua. Não sirva doses muito pequenas - os aromas se perdem muito rápido -, nem muito grandes - não é possível girar o líquido no copo, nem há boa liberação de aromas. E antes de comprar a garrafa, ou de bebê-la, confira se o rótulo traz o registro – obrigatório – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Sabe beber cachaça?

Olhe: O líquido deve ser límpido, brilhante, sem partículas suspensas. A cor pode ir do transparente ao âmbar escuro, dependendo da madeira, do envelhecimento ou da adição de caramelo, permitida por lei.

 Sirva e observe:
A boa cachaça, assim que servida, forma o rosário, um colar de bolhas na sua superfície.

Gire a taça: Veja se lágrimas escorrem pelas laterais do copo: cachaça boa chora.

Cheire: Aproxime o nariz até 3 cm de distância do copo. Procure notas da cana e da madeira. Com o tempo no copo, o buquê aromático se evidencia. Cheiro de solvente, acetona, plástico, esmalte, fruta passada e azedo são mau sinal.

Ponha na boca: Comece com pequenos goles, para curtir a bebida aos poucos, mas não muito pequenos pois não oferecerão uma percepção completa da bebida. Os goles devem ser suficientes para que o líquido circule por toda a boca e os aromas se soltem.

A cachaça boa não queima

Ela aquece, tem acidez, mas não pode dar a sensação de rasgar a garganta.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Quais os tipos de cachaça segundo o número de destilações?

O jeito como se faz cachaça e aguardente de cana não parou no tempo, ele é melhorado continuamente pelos alambiques e indústrias para que ocupemos um lugar no mapa mundial das bebidas destiladas como fizeram outros países, que criaram, aprimoraram e estão sempre pensando em maneiras de melhorar aquilo que já é bom.

Destilação significa separar o álcool da garapa fermentada através do calor e que nem tudo que é destilado é a bebida, mas somente a fração coração (80% do volume). Bom, então por que destilar de novo? Para inovar! Para proporcionar algo diferente aos consumidores sempre.

A bidestilação da aguardente de cana foi proposta inicialmente visando a obtenção de um destilado mais leve para ser posteriormente envelhecido. Esse processo consiste em realizar, após a fermentação do caldo de cana, duas destilações sucessivas, que podem ser conduzidas em um mesmo alambique ou em alambiques distintos.

A técnica em si vem para fornecer uma experiência de aromas e sabores diferenciada, já que é possível selecionar e concentrar as substâncias mais desejadas sensorialmente. Além disso, proporciona um destilado com mais leveza para ser posteriormente envelhecido.

Ainda há poucos alambiques e indústrias utilizando esse método que é mais caro e com rendimento de produção menor.

A bidestilação é apenas mais um diferencial, ela veio para agregar, mas é possível encontrar grande diversidade de aromas e sabores mesmo com apenas uma destilação como se faz a séculos.

O objetivo é aos poucos desmistificar a ideia de que “pinga é tudo igual” e que é algo rústico, do interior e sem qualidade. Muito pelo contrário, nas palavras de Sobral Pinto (renomado jurista brasileiro): "Quando o Brasil criar juízo e se tornar uma potência mundial será a cachaça e não o whisky a bebida do planeta."

by UNIÃO DA CACHAÇA on 15/12/2015

Amparo, em São Paulo, é a terra da cachaça e do café!

Amparo - Circuito das Águas Paulista
Daquelas coisas que a gente nunca realmente repara no dia a dia: quanta coisa bacana tem na nossa própria cidade! A região de Campinas (SP) foi uma das grandes cafeicultoras do século 19, e a gente ainda identifica antigas construções (muitas negligenciadas, é fato) dessa época por aqui. Mas isso não é privilégio só da Cidade das Andorinhas. Outros municípios ao redor também têm boas histórias que vieram do ciclo do café na região, como Amparo, cidade que está a 70 km de Campinas e a 132 km de São Paulo.

Mas como essa é uma coluna sobre destinos cachaceiros, e não destinos cafeicultores, explico: a história de Amparo com a cachaça começou também por causa do café. Até 1929, quando a Bolsa de Nova York quebrou, os Estados Unidos eram o destino da maior parte da produção de café brasileiro. Com a quebra da bolsa, as exportações diminuíram drasticamente. Para tentar equilibrar a economia e se baseando na lei da oferta e procura, Getúlio Vargas mandou que os produtores de café do país todo queimassem seus plantios, limitando, dessa forma, a oferta do grão.

Fazenda Benedetti

Nessa época, Amparo tinha fazendas de café, que produziam, além do grão, outros produtos do campo, como leite e derivados da cana-de-açúcar. Uma dessas fazendas era a dos Benedetti, família italiana que havia chegado ao Brasil no final do século 19 para trabalhar na lavoura. A Crise de 1929, no entanto, faria com que Antônio Benedetti, o patriarca da família, aumentasse o plantio da cana-de-açúcar em sua propriedade, assim como outros fazendeiros da cidade. Mas a cachaça entraria nessa história por acaso: sem ter dinheiro para quitar uma dívida, um de seus clientes deu como pagamento um engenho, que deu origem à produção de açúcar e, claro, à cachaça dos Benedetti!

Já gosto quando encontro cachaças que, de alguma maneira, se relacionam com a história da cidade ou região em que estão. Esse também é um jeito de preservar a cultura local. E foi justamente isso o que a Fazenda Benedetti fez. Dizem que vista do alto, Amparo tem o formato de uma flor, por ser envolta por muitas montanhas, daí o primeiro nome que o município teve: Flor da Montanha! Em homenagem à cidade, a família Benedetti deu a sua primeira cachaça o nome de Flor da Montanha! O alambique fica na estrada que vai para Serra Negra, e posso falar? Enquanto você passa pelo caminho é quase impossível ficar alheio à paisagem. Não é à toa que muita rota de motociclista passa por ali! Quanta coisa bonita tem em volta!

Ah, e ali você pode provar tudo direto da fonte! O lugar não tem “só” a cachaça, não. Tem café, mel, embutidos, linguiças, queijos, sabonete de cachaça (!) e inaugurou recentemente um café colonial, que funciona aos finais de semana e oferece aos visitantes bolos caseiros, bolachinhas e aquele cafezinho passado na hora. Além disso, eles têm cachaças armazenadas em bálsamo, amburana, carvalho e amendoim. Olha, não existe algo oficial sobre isso, mas o tonel de amendoim que eles têm lá deve ser um dos maiores do estado, se não do Brasil! Enfim, recomendo muito a visita ao lugar, a italianada lá é tutto buona gente!

É a quarta geração da família quem está a frente da fazenda e eles têm criado muita coisa bacana por lá! Existe até o plano de transformar toda a fazenda em um museu, já que eles conseguiram manter muita coisa preservada. Recentemente eles lançaram novos rótulos para a marca Flor da Montanha e lançaram uma nova marca, a Gran Nonno. Não é à toa que eles foram nossos parceiros no Quintal da Cachaça para a criação do nosso blend comemorativo de um ano!

Fazenda Benedetti
Circuito das Águas – Rodovia Amparo/Serra Negra
SP-360, KM 138
Bairro dos Almeidas, Amparo.
Coordenadas para o GPS: -22.680674,-46.731838

Microdestilaria Hof

Além da Fazenda Benedetti, Amparo e região reúne cerca de 15 produtores da bendita, que ficam em fazendas que, tal qual o centrinho antigo da cidade, ainda preservam belos casarões do ciclo do café. Infelizmente, poucos deles têm registro no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). No entanto, também no Circuito das Águas, Serra Negra tem um belo alambique que vale a visita. Se trata da HOF Microdestilaria, onde são produzidos cachaças, licores e aguardentes compostas.

O espaço que abriga a Microdestilaria Hof é um charme a parte. A decoração resgata o clássico e o tradicional em um espaço que encanta através da simplicidade da beleza das pequenas coisas. É um lugar fácil de frequentar, por isso vale a pena a viagem até lá. O ambiente rústico vem propositalmente para lembrar o antigo, o secular. Os atributos de beleza estão presentes em cada detalhe da acolhedora e aconchegante arquitetura. A charmosa estrutura serve como ponto de parada para degustar uma bebida e ao mesmo tempo pode ser um espaço para exercer a troca cultural. “Queremos aproximar culturas diferentes e gerar experiências marcantes. Nem que seja por uma hora, por um dia, ou que se perpetue”, finaliza Braunholz.

A qualidade incontestável dos produtos da Microdestilaria Hof é facilmente reconhecida. A Cachaça Alma da Serra descansada em barris de carvalho americano foi Medalha de Ouro no Concours Mondial Bruxelles – Spirits Selection, em 2014, campeã entre cachaças premiadas em ranking promovido pela revista VIP em 2015 além de ter alcançado a quarta colocação no Concurso de Qualidade da Cachaça UNESP/Araraquara.

Microdestilaria Hof
Rodovia Joaquim Alexandre Zocchio, s/n, Km 04
Serra de Cima, 13930-000
Serra Negra, SP – Brasil

Um brinde!
Giuliana Wolf
Jornalista e Fundadora do Quintal da Cachaça, o primeiro clube de assinatura de cachaça do país!

Confraria Paulista de Cachaça: um convite para se aprofundar no mundo da branquinha

14 de março de 2016 por Mapa da Cachaça
Categorias: Artigos

Alexandre Bertin, presidente da Confraria Paulista da Cachaça, e Guiba Monteiro, falam sobre a criação e funcionamento da organização

Confraria Paulista da Cachaça

Em São Paulo, um grupo de amigos com diferentes profissões – donos de alambique, donos de bares, profissionais de marketing e jornalistas – decidiu se unir para celebrar sua paixão por cachaças artesanais. Em 2015, fundaram a Confraria Paulista da Cachaça – grupo dedicado à degustação especializada da branquinha.

O Mapa da Cachaça conversou com o presidente e o vice-presidente da organização – respectivamente, o empresário Alexandre Bertin, da Cachaça Sapucaia, e Guilherme Chagas Monteiro, procurador da Fazenda Nacional. Via email e telefone, eles contaram como funcionam os grupos e as reuniões. Para quem gosta da bebida, é um convite para quem quer se aprofundar  com leveza neste setor. Voilà.

Como surgiu a ideia da Confraria?
Alexandre Bertin – A ideia inicial era formalizar o que já estava acontecendo. A gente já realizava com certa frequência reuniões para falar sobre cachaça. Também queríamos aumentar o grupo, a exemplo do que acontece com as outras confrarias que existem.

Guilherme Monteiro – Vimos que em São Paulo não tinha confraria. No Rio de Janeiro, no Sul e no Nordeste, elas já existiam. Nosso objetivo era criar um grupo que representasse e difundisse conhecimentos sobre a cachaça de alambique. Que atingisse mais o consumidor do que o produtor. A ideia inicial partiu de conversas que tive com Mauricio Sebastião Pires Morais, João Alves Almeida e outros amigos de São Paulo. Nossos primeiros encontros eram realizados no bar do Maurício, o Valadares, na Lapa. Desde então, a Confraria ganhou corpo e hoje fazemos encontros em diferentes bares paulistanos para um grupo cada vez maior.

Como são os encontros, com que periodicidade são realizados?
Guilherme – Primeiro, apresentamos as cachaças, depois tem a degustação acompanhada com uma ficha para anotar as características de cada bebida. É bem simples. Em 2015, os encontros eram mensais, em 2016, passaram a ser bimestrais. Nós lançamos uma convocatória no site e no Facebook. É um evento aberto, pessoas maiores de idade podem participar.

Alexandre – Temos sempre 20 cachaças diferentes para degustação, água e petiscos incluídos no valor, uma taxa simbólica de R$ 40,00. Nos encontros, também há palestras com especialistas do ramo.

De que forma a Confraria fortalece o setor de cachaças artesanais?
Alexandre – A Confraria através de seus eventos está disseminando o conhecimento sobre cachaça. Ajudando o público a entender melhor os processos de produção, como avaliar qualidade, como degustar, como utilizar a cachaça na coquetelaria, dentre outros assuntos.

Nosso público são pessoas novas, que não tem tempo para fazer um curso formal e que gostariam de aprender gratuitamente sobre cachaça, num ambiente agradável, onde pode conversar com quem é destaque nesse meio.