sexta-feira, 14 de novembro de 2014

HOF traz para o Brasil o conceito de Microdestilaria Boutique

Criada em Serra Negra, empresa contempla uma exclusiva variedade de licores e aguardentes, produzidas em escala reduzida e apresentadas em garrafas numeradas

As bebidas Premium são hoje tendência no Brasil e no mundo. A cachaça, por sua vez, está alcançando o mesmo patamar de qualidade
de destilados considerados nobres, como Whisky, Cognac e vodca. Sua valorização passou a ser percebida quando foi reconhecida como uma bebida exclusiva genuinamente brasileira e obteve um “certificado” que classifica como cachaça a bebida que segue regras de produção em território nacional – a exemplo de champanhe, na França, e tequila, no México.

A Microdestilaria Hof trabalha com um conceito contemporâneo de produção em escala reduzida, com criações de receitas originais, mantendo a harmonização das propriedades marcantes dos ingredientes e a destilação em alambiques de cobre do tipo Pot still. A Microdestilaria Hof introduz no país o conceito “boutique”, que é um conceito contemporâneo de produção de bebidas alcoólicas de alto padrão em escala reduzida. A característica é a harmonização das propriedades marcantes dos ingredientes e a tradicional destilação em alambiques de cobre.

Todo o processo de produção dos destilados obedece a uma única regra: a obtenção de uma qualidade superior. A produção de pequenos lotes requer atenção especial e uma seleção criteriosa de ingredientes regionais. “A base de todas as bebidas é a aguardente de cana da maior qualidade e o puro álcool proveniente dos cereais. Além disso, o clima da região ajuda na boa qualidade da cana de açúcar, que acumula maiores quantidades de açúcares em seu interior. Obtido originalmente por produtores renomados e redestilado na Hof, o produto final contempla uma bebida de melhor qualidade, que pretende maior delicadeza e suavidade, tanto no aroma, quanto no sabor”, explica Matheus Braunholz, sócio-proprietário da Microdestilaria Hof. “Contudo, criamos uma categoria de licores premium e destilados nobres. Apenas uma centena delas são produzidas de cada vez. Assim, abrimos caminhos inexplorados, oferecendo aos nossos consumidores novas experiências sensoriais”, completa.

Fiel ao lema “Tradição e Modernidade”, a Microdestilaria Hof mantém a fabricação de antigas receitas com o uso da menor tecnologia possível. Com alto nível de qualidade, sempre respeitando as mais exigentes normas técnicas de produção de bebidas, com uma variedade incomparável de destilados.

O espaço que abriga a Microdestilaria Hof é um charme a parte. A decoração resgata o clássico e o tradicional em um espaço que encanta através da simplicidade da beleza das pequenas coisas. É um lugar fácil de frequentar, por isso vale a pena a viagem até lá. O ambiente rústico vem propositalmente para lembrar o antigo, o secular. Os atributos de beleza estão presentes em cada detalhe da acolhedora e aconchegante arquitetura. A charmosa estrutura serve como ponto de parada para degustar uma bebida e ao mesmo tempo pode ser um espaço para exercer a troca cultural. “Queremos aproximar culturas diferentes e gerar experiências marcantes. Nem que seja por uma hora, por um dia, ou que se perpetue”, finaliza M. Braunholz.

A qualidade incontestável dos produtos da Microdestilaria Hof é facilmente reconhecida. A Cachaça Alma da Serra descansada em barris de carvalho americano foi Medalha de Ouro no Concours Mondial Bruxelles – Spirits Selection, em 2014, além de da Medalha de Prata no NYISC New York International Spirit Competition. Muitas outras bebidas produzidas aqui tiveram sua qualidade atestada em diversos concursos nacionais e internacionais.

A Microdestilaria produz aguardentes, cachaças, vodka, gin, rum e licores. Saiba mais em www.microdestilariahof.com.br

Divulgação: Notícia Expressa

sábado, 1 de novembro de 2014

Turismo Rural: profissionalismo para ser bem sucedido.

O turismo Rural é mais uma opção para proprietários de terras que queiram investir nesse ramo do agronegócio. Para ingressar na área, é importante estar atento a algumas particularidades exigidas para o sucesso da atividade. Uma ajuda extra é a propriedade estar inserida em algum circuito já voltado para o turismo ou com vocação natural, como a região serrana e o circuito das águas, e a existência de atrativos naturais, como cachoeiras, trilhas, uma bela paisagem natural. Uma boa rede hoteleira também costuma ajudar e oferecer suporte à divulgação.

Além desses fatores, ferramentas importantes para os interessados são as capacitações oferecidas nessa área, tanto pela CATI, como pelo Senar. “Todos os que ingressaram e estão tendo sucesso, passaram por capacitação para a gestão do agronegócio: receber visitantes; montar uma agroindústria artesanal, como queijarias, estar apto a oferecer pães, bolos, doces, geléias feitas na roça, com o sabor da culinária caipira, estão entre os cursos oferecidos.“É importante o produtor não perder o foco. Quem procura turismo rural quer vivenciar a vida no campo, experimentar seus sabores, ter uma atividade genuína como uma cavalgada, um leite ao pé da vaca, coisas do dia-a-dia de quem vive no campo. Conversar, contar “causos”, ter disposição para servir, estar atento à curiosidade daqueles que vivem realidades diferentes são dicas de sucesso, ensina o eng. agr. Ricardo Moncorvo, da Casa da Agricultura de Amparo, especialista nessa área.

Queijo e vinho: uma parceria que atrai turistas

Em Serra Negra o turismo rural está em ascensão e alguns proprietários começam a se associar para oferecer mais oportunidades a quem visita a região rural. É o caso da rota do queijo e vinho, onde os proprietários do Sítio Chapadão oferecem os mais variados tipos de queijo, desde os mais comuns, como frescal e minas padrão, aos finos ou diferenciados como o boursin, o trabalhoso parmesão que tem que ser virado e revirado até chegar ao ponto, ou com sabores inusitados como saint paulin com sabor whisky ou vinho. Logo adiante, no Sítio Bom Retiro, é hora de comprar vinhos e cachaças especiais. Em ambos os casos, há muita história para ouvir das famílias, Dini dos queijos, e Carra dos vinhos. Geralmente tudo começa de um dom que, explorado, torna-se uma alternativa de renda, reúne familiares em torno de uma causa comum e impulsiona o turismo rural.

Suely Aparecida Campos Dini conta como o sítio foi se tornando a principal fonte de renda da família. “As terras pertenciam ao meu sogro que plantou o primeiro cafezal há uns 50 anos, depois meu marido começou a atividade leiteira com quatro vacas e ordenha manual. Quando aposentei, resolvi fazer cursos de derivados do leite e a melhorar os queijos que já fazia, aumentou a clientela e trocamos a cidade pelo Sítio”, relata Suely. “Nos últimos 10 anos abrimos as porteiras e os grupos foram aumentando e nós aumentamos a oferta. Agora temos café da manhã e da tarde, recebemos grupos, estamos atentos à decoração e não deixamos de lado o investimento em novidades, estamos sempre aprendendo” contam a nora e o filho de Suely, Alexandra e José Antonio.

O neto, de 9 anos, Pedro Henrique já dá palpites na queijaria e “é bom de contas”, fala a mãe, Alexandra, que faz planos para a futura geração. As frentes são várias, o café não foi descuidado, tem certificação e ganhou recentemente o 1.º lugar no Concurso de Qualidade do Café de Serra Negra e o 3.º na Região. Com o prêmio a saca subiu de R$ 190,00 para R$ 400,00. Mais dinheiro para continuar investindo. No telhado da queijaria, como um cuidado na decoração, reina uma bruxinha apontando a direção do vento, bons ventos que estão trazendo renda e emprego. O contato e as reservas podem ser feitas pelo e.mail ascadi@bol.com.br telefones (19) 3892-1091 ou (19) 9171-1709.

A família Carra está na região há cinco gerações e quem procura vinho encontra da melhor qualidade, produzido com uvas vindas do rio Grande do Sul. “Cada geração tem seu lugar na adega rústica, construída em alvéolos de barro, uma curiosidade que se mistura a outros pertences da família, como máquinas de costura antigas, ferros de passar, fotos e brasões. No local é possível encontrar o vinho Porto Ânfora, uma tradição grega passada aos portugueses. O Porto Ânfora é feito com uvas desidratadas e fica enterrado em ânforas de barro por 12 meses, dando ao vinho um sabor especial.

A cachaça artesanal também tem muita procura

O Sítio Bom Retiro oferece também boas cachaças, premiadas como a feita na ocasião da inauguração do Memorial JK em Brasília. “Ganhamos em segundo lugar, entre as melhores cachaças do Brasil, as garrafas eram numeradas e, em leilão, chegaram a valer R$ 35 mil”, conta Clóvis Carra que mostra outras curiosidades como a cachaça azul, uma receita do tempo do Império, feita em homenagem a D. Pedro II e aos nobres de “sangue-azul”. A flor de laranjeira misturada à cachaça é que proporciona a coloração. A bebida deve ser servida bem gelada que é quando perde a acidez e intensifica o sabor. Ou, ainda, a Kachinello, uma receita indígena e que era oferecida antes das provas de resistência. Inicialmente feita com álcool de mandioca, no Sítio Bom Retiro ela é feita com álcool de cana, acrescido de caramelo, açúcar mascavo, licor de cacau e pó de guaraná. Segundo Clóvis Carra, “faz milagres”. O contato é sitiobomretiro@bol.com.br, telefone (19) 3892-3574.

Na divisa entre Serra Negra e Monte Alegre do Sul, está localizada a Microdestilaria Hof, inspirada no boom das destilarias americanas e uma das novatas na região. Trata-se de uma destilaria "boutique", que elabora destilados finos e exclusivos, aguardentes compostas, licores destilados e a cachaça Alma da Serra, bidestilada e descansada em barris de carvalho americanos e franceses de procedência, que já renderam à menor destilaria da região o 4º lugar de melhor cachaça em 2013 pela UNESP e medalha de ouro no prestigiado Concurso Internacional de Bruxelas em 2014, concorrendo com mais de 150 cachaças nacionais. Na propriedade aberta à visitação pode-se conhecer a destilaria, seu processo de produção - a bidestilação de cachaça e a fabricação de licores destilados - além da cabanha onde são criadas ovelhas Dorper. A localização e a paisagem são deslumbrantes.
Onde fica: Rod. Joaquim Alexandre Zocchio, s/nº, Km. 4 Bairro da Serra. Tel.: (19) 99722-6090 (agendar as visitas).

Cavalgadas, tirolesa, trilhas: atividades que aumentam o apetite na roça

Na verdade quem procura turismo rural está sempre atrás de boas comidas, feitas em fogão a lenha. “É inevitável”, conta Claudinei Almeida, o Nei, “as cavalgadas promovidas pelo Rancho São Nicolau acabam ou começam sempre com um belo almoço servido aos domingos”. Nei é um domador de cavalos, quem se lembra do filme Encantador de Cavalos, estrelado por Robert Redford, sabe o que é a doma índia, um carinho que submete o animal e em menos de um mês um potro bravo atende todos os comandos. Nei demonstra e ensina esse e outros tipos de doma, um dos atrativos oferecidos no rancho.

“Sempre recebi visitantes à procura de maior contato com cavalos e com a vida no campo. Aí fui aumentando a oferta com compra e venda de animais, equitação, construi o restaurante com verba do Pronaf. Diversifiquei, mas não quero perder a rusticidade”, conta Nei que oferece também ecoterapia, uma terapia com cavalos destinada ao tratamento de pessoas com necessidades especiais. A parceria com hotéis e pousadas permite cavalgadas de longa distância com paradas agendadas, tanto para grupos experientes como para iniciantes. Nei tem investido em divulgação e parceria com outros que estão fazendo do turismo rural a sua principal atividade econômica. O Rancho São Nicolau fica em Águas de Lindóia e está cadastrado no site oficial da cidade. Os contatos também podem ser feitos pelo celular (19) 9798-4803.

Em Águas de Lindóia, Joel Raimundo de Souza, procurava apenas oferecer uma vida mais saudável à família e acabou encontrando no Sítio Monte Alegre todos os ingredientes de sucesso para o turismo rural. “O maior ingrediente sempre foi a disposição da família em colaborar”, conta Joel que tem dado depoimentos em diversos encontros sobre turismo rural. Além de Joel, seus pais, irmãos, mulher e filhos vivem da atividade e ainda oferecem emprego a 15 funcionários. No Sítio, várias opções foram surgindo como tirolesa, passeio a cavalo, trilhas, a Venda do Zé, com produtos típicos, e o restaurante que ocupa espaço cada vez maior e oferece variedade de produtos. Contatos sitiomontealegretur@hotmail.com ou no site oficial do município de Águas de Lindóia.

Receitas de sucesso não acontecem por acaso, são fruto de treinamento e capacitação para o planejamento e gerenciamento de uma propriedade rural. Estar por dentro da legislação e também das verbas públicas destinadas ao turismo rural é importantíssimo, referendam todos os entrevistados. Em breve a CATI estará lançando uma publicação sobre o tema, com teorias, formas de obtenção de crédito e relatos sobre a atividade. O autor, o eng. agr.Ricardo Moncorvo Tonet, tem visitado com freqüência essas e outras propriedades e está apto a colaborar com os interessados em turismo rural. O técnico atende na Casa da Agricultura de Amparo, pertencente à CATI Regional Bragança Paulista, e pode ser acionado pelo e.mail ca.amparo@cati.sp.gov.br ou pelo telefone (19) 3807-3690

História do Alambique e da Destilação

O alambique é um equipamento de destilação simples. Foi utilizado desde tempos remotos, encontrando-se frequentemente relacionado com a alquimia. Embora os Egípcios fossem os primeiros a construir alambiques, cujos desenhos adornam um velho Templo de Mênfis, foi da língua Árabe que nasceram os termos alambique (“al ambic”)e álcool (“al cóhol”) significando, o primeiro, vaso destilatório, e o segundo, embora querendo designar um pó muito duro à base de chumbo ou antimónio, exprime a ideia de tênue e subtil, significando vapores de destilação. O alambique foi desenvolvido no ano de 800 D.C. pelo Alquimista Árabe Jabir ibn Hayyan. A palavra alambique derivou do significado metafórico de “algo que refina; que transmuta”, mediante a destilação.

A destilação é o método de separação baseado no fenomeno de equilíbrio líquido-vapor de misturas. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-las: basta que tenham volatilidades razoavelmente diferentes entre si.

Um exemplo de destilação que tem sido feito desde a antiguidade é a destilação de bebidas alcoólicas. A bebida é feita pela condensação dos vapores de álcool que escapam mediante o aquecimento de um mosto fermentado. Como o teor alcoólico na bebida destilada é maior do que aquele no mosto, caracteriza-se aí um processo de purificação.

Os primeiros estudos científicos documentados acerca da destilação surgiram ainda antes da Idade Média, por volta do ano 800, com o alquimista Jabir ibn Hayyan (Geber). Foi ele, inclusive, quem inventou o alambique, que é um aparato usado até hoje para fazer destilações de bebidas alcoólicas.

As origens da alquimia podem situar-se na Grécia, fazia o ano de 300 AC, recorrendo aos registos egípcios e babilónicos. O seu maior esplendor na antiguidade pareceu ter sido alcançado em Alexandria entre os anos 200-300 DC.

Existem provas documentais de que os trabalhos destes alquimistas chegaram aos Árabes e os aparelhos que utilizavam para a destilação foram descritos por Marco Graco no século VIII, podendo considerar-se este como o primeiro documento histórico sobre a destilação de vinhos, ainda que não mencione nada sobre as características do resultado obtido na destilação.

Em meados do século IX, tem início o desenvolvimento da alquimia Árabe, que recebe a sua influência da escola de Alexandria. Sendo assim, os árabes compilaram os conhecimentos dos alquimistas existentes até essa época, num livro intitulado “Livro de Crates”.


No entanto, será a obra de Gerber, que foi publicada no ano de 850 e traduzida para o latim como “De Summa Perfectionis, que fará com que a Europa recorra ao pensamento e métodos da química. Ibn Yasid é considerado por alguns autores como tendo descoberto a destilação para obtenção do álcool.

A imensa obra do Filósofo e Médico árabe Avicena (séc. X), verdadeira obra-prima dos conhecimentos da sua época, embora não mencione o álcool, descreve detalhadamente o alambique e suas aplicações.

A origem provável do termo “espirituosa”, que se utiliza para denominar as bebidas alcoólicas, teve origem no século XIII, pois nessa altura utilizava-se muito a expressão “espírito do vinho”. O termo francês “Eau de Vie”, que quer dizer “água da vida”, teve origem nas propriedades medicinais das bebidas espirituosas, a que eram atribuídas a virtude de prolongar a vida.

Muitas das antigas civilizações do mundo antigo utilizavam poções feitas a partir deste tipo de bebidas, as quais possuíam características mágicas e rituais. Há documentos que afirmam que por volta de 1600, a Companhia de Jesus dedicou uma especial atenção ás propriedades da aguardente, dedicando grande parte das suas
investigações ao estudo de novas substâncias alcoólicas e também de novos métodos de destilação.

Nesta época, poderão encontrar-se os alambiques não só nas casas dos nobres, mas também nas casas dos agricultores, que utilizam o alambique para melhorar um pouco a sua qualidade de vida. Utilizando ervas e raízes na destilação, poderão obter-se preciosos remédios, tanto para a farmacopeia oficial, como para a caseira.

Hoje em dia, os alambiques tradicionais deram lugar a novos e mais sofisticados aparelhos de destilação para produção industrial. Contudo os alambiques tradicionais ainda são usados para a produção de algumas bebidas espirituosas, como é o caso do Cognac, Scotch Whisky e Ketel One Vodka. A forma típica do alambique é dita como dando à bebida um gosto muito especial e único. E sem dúvida que o alambique em cobre é de longe a melhor opção.

www.lusiancoppers.com

sábado, 4 de outubro de 2014

Barris de Carvalho

Na produção da cachaça, o processo de destilação varia do artesanal – em alambiques de cobre e envelhecimento em tonéis de madeira – às gigantescas colunas de aço inox utilizadas nas indústrias para produção em larga escala. “Algumas dessas indústrias estão mais preocupadas com o volume de produção e não conseguem controlar a qualidade do sabor, por isso as de alambique são mais requintadas”.

É o tipo da madeira que confere o “bouquet”, ou seja, o aroma à cachaça, e também pode interferir na sua cor. As jovens costumam ser límpidas, chamadas no mercado de pratas, e as versões ouro são envelhecidas em tonéis de madeiras mais marcantes. É tudo uma questão de gosto. O carvalho é característico e inconfundível, deixando a bebida com um amarelo-escuro e com notas de baunilha.

Especialistas são unânimes ao dizer que o cobre influi no sabor da bebida, mas a parte fundamental do processo é o período de descanso da bebida e seu envelhecimento. O líquido fica em repouso em tonéis de madeira, onde a troca de gases regula a acidez da bebida, responsável por provocar o ardor na boca.

O período de repouso pode variar de seis meses a um ano e meio para as cachaças chamadas jovens ou até doze anos para as envelhecidas.

Envelhecimento da aguardente e cachaça

A aguardente de cana e cachaça recém-destilada, de coloração branca, apresenta um sabor agressivo e levemente amargo. O envelhecimento, além de melhorar o aroma e o sabor, pode modificar a coloração, de branca para amarelada, e tornar a bebida macia, aveludada, atenuando a sensação secante do álcool. O envelhecimento em tonéis de madeira é mais recomendável. A madeira internacionalmente admitida como sendo a melhor para bebidas é o carvalho, seja de origem francesa ou americana.

As condições climáticas sugeridas para o envelhecimento são: o uso de local fresco, com temperatura entre e 20 °C, umidade relativa de 70 a 90%, e com arejamento adequado.

O envelhecimento em tonéis de madeira é considerado uma das etapas mais importantes no processo de fabricação da aguardente de cana e cachaça, No Brasil ainda é considerada etapa opcional pela Legislação Brasileira. Esta, define cachaça envelhecida como a bebida que contém, no mínimo, 50% de cachaça ou aguardente de cana envelhecida em recipiente de madeira apropriado, por um período não inferior a um ano, podendo ser adicionada de caramelo para a correção da cor.

A realização de blend’s, ou misturas entre bebidas envelhecidas e bebidas recém destiladas, é um procedimento tradicionalmente empregado por tradicionais produtores de várias regiões do mundo, chegando inclusive a ser um diferencial entre uma ou outra marca de destilado.

O recipiente para o envelhecimento da aguardente deve ter capacidade máxima de 700 litros. O envelhecimento de bebidas consiste em armazená-las adequadamente em barris de madeira por um tempo determinado, ação que produz mudanças na composição química, no aroma, no sabor e na cor da bebida e, portanto, na qualidade sensorial. Durante o envelhecimento ocorrem inúmeras transformações, incluindo as reações entre os compostos secundários provenientes da destilação, a extração direta de componentes da madeira, a decomposição de algumas macromoléculas da madeira e sua incorporação à bebida e ainda as reações de compostos da madeira entre si e com os componentes originais do destilado.

Diferentes estudos já demonstraram que o envelhecimento da aguardente de cana em tonel de carvalho promove o aumento da aceitação e mudanças favoráveis no perfil sensorial. Com o decorrer do tempo de envelhecimento, novas características sensoriais são desenvolvidas, como aroma e sabor de madeira, aumento da intensidade e duração da doçura, coloração amarela e a diminuição significativa da agressividade e do aroma e sabor alcoólico.

O carvalho é uma madeira importada e seu custo torna-se dispendioso ao setor produtivo da aguardente de cana e cachaça envelhecida. A aguardente envelhecida apresenta aspecto, cheiro, cor, gosto e sabor de melhor qualidade. Por isso e pelo seu maior custo de produção, seu preço no mercado também é maior. É evidente que a aguardente envelhecida será de alta qualidade sensorial se apresentar esta característica quando nova. Uma aguardente de baixa qualidade continuará ruim após o envelhecimento. O período mínimo para o envelhecimento deve ser de doze meses.

O envelhecimento da cachaça por 48 meses em carvalho, demonstra que a aceitação da bebida tem aumento crescente para atributos como: cor, aroma, impressão global. Após este período em tonel de carvalho, a cachaça apresenta aroma de madeira, doçura inicial e residual, aroma de baunilha, coloração amarela, gosto inicial e residual de madeira pronunciados, sabor inicial e residual de álcool, significativamente inferior às obtidas com o tempo de envelhecimento inferior e submetido à mesma análise.

O tempo de armazenamento ideal deve variar de acordo com as características do barril (tipo de madeira, idade e tamanho) e com as condições ambientais do local de armazenamento (temperatura e umidade). Não é correto dizer que a bebida melhora de qualidade indefinidamente com o tempo de armazenamento. Quanto maior o tempo de contato do destilado com a madeira, maior será a extração de componentes, que, em excesso, podem incorporar um sabor amargo à bebida. O contato exagerado com a madeira também pode acarretar um aumento indesejável da acidez volátil, dependendo das condições do barril ou tonel.

Barris de Carvalho Francês

Utiliza-se o carvalho séssil (Quercus sessilis), considerado superior aos demais pelo seu grão fino e abundante oferta de componentes, tais como baunilha e seus derivados, taninos, fenóis e aldeídos voláteis. Os taninos são sedosos, transparente e transmitem uma sensação de doçura combinada com sabores de frutas delicadas que persistem na boca. Aprecia-se notas de especiarias e amêndoas torradas, combinados com sabores de frutos vermelhos maduros e notas de pêssego, frutas exóticas e aromas florais como jasmim e rosa. Os bosques de carvalho francês são certificados com a norma do PEFC.

Barris de carvalho americano

O carvalho branco norte-americano (Quercus alba) ganhou aceitação considerável nos países maiores produtores de vinho. Ao contrário do carvalho francês, o qual aproveita apenas 20 a 25% do carvalho, o maericano pode ser serrilhada, tornando-o mais acessível. Liberação de oxidação mais acentuada e mais rápida de aromas ajuda bebidas a perder a sua adstringência e dureza mais rapidamente, o que torna a madeira favorita para períodos menores (6 a 10 meses).

 Madeira interage harmoniosamente, proporcionando uma ampla variedade de aromas complexos, taninos suaves e atraentes. O bouquet é leve, com aromas de madeira, cravo, rapé, torradas e café torrado, combinados com aromas de framboesa, amora e groselha

domingo, 28 de setembro de 2014

Cachaça ganha cada vez mais status

iG Paulista - 13/09/2014 - 05h00 |
Rogério Verzignasse | rogerio@rac.com.br

Cachaça ganha novos sabores de olho dos consumidores mais jovens e no público feminino,


A cachaça, destilado de origem humilde, historicamente consumido nas classes mais modestas, ganha cada vez mais o status de bebida de qualidade. A produção está mais tecnificada, e se aposta na sua versão artesanal, que seleciona componentes e tem procedimentos aprimorados. De olho dos consumidores mais jovens e no público feminino, os empresários já abastecem o mercado com a pinga levemente adocicada ou com sabores de fruta. O fato é que alguns alambiques faturam alto, exportando para mercados consumidores exigentes do planeta. 

Conhecido como mé, marvada, purinha - e uma penca de outros apelidos, de acordo com a região -, o fato é que o destilado se tornou patrimônio cultural brasileiro, com direito a data comemorativa. O Dia Nacional da Cachaça, hoje, reconhecido por lei federal, faz alusão a 13 de setembro de 1661, dia em que a Corte Portuguesa, pressionada por uma revolta popular, admitiu legalizar a produção e autorizar o consumo. A pinga, até então, era clandestina. Principalmente porque prejudicava os negócios de quem, por aqui, faturava com a bagaceira, uma bebida portuguesa derivada de borras da uva.

Na moda

Com o aval do imperador, a cachaça nunca mais saiu de moda. Atualmente, 10% da aguardente de cana já é obtida por meio da destilação em alambique, que transforma o caldo fermentado em destilado cristalino, que pode ser comercializado imediatamente após a fabricação, ou ser envelhecido em tonéis de carvalho, o que encarece o preço da garrafa. Mas, claro, nem tudo são flores.

O setor reclama - e muito - dos abusivos impostos incidentes sobre a produção, e denuncia que a modernização da produção depende quase que exclusivamente dos investimentos privados.  Aqui pelo Estado de São Paulo, por exemplo, não existe incentivo do governo em pesquisas, treinamento na capacitação de trabalhadores, ou na própria organização do segmento.

Sem ajuda

De acordo com Reinaldo Annicchino, presidente da Associação Paulista dos Produtores de Cachaça de Alambique (APPCA), setor pediu ajuda do governo para criar um selo de qualidade, que pudesse atestar a qualidade da "caninha" paulista. Mas o projeto nunca saiu do papel.

Minas Gerais, por outro lado, há duas décadas começou a investir no aprimoramento da cachaça de alambique, por meio de pesquisas implementadas dentro das universidades estaduais. Minas acabou se transformando em referência da cachaça de qualidade, enquanto que os investimentos paulistas se limitaram à produção da indústria. Hoje, os alambiques paulistas sonham mudar o quadro. "Precisamos incentivar um segmento que tem potencialidade para gerar muito mais emprego e renda", fala. "São Paulo precisa fomentar programas específicos para o setor."

Grandes engolem

Por enquanto, diz o presidente, o mercado se encarrega de tirar das prateleiras uma enormidade de marcas. As linhas de produção menores simplesmente são absorvidas pelas maiores. O setor também, sofre, a seu ver, com a agressiva tributação.

"Para cada nota que emitimos, pagamos impostos da ordem de 53,77%. Com a sua parte nas vendas, o empresário paga as contas de produção, embalagem, transporte, comercialização. O ambiente é inóspito, Cada diz mais difícil sobreviver" , fala. "A gente espera desonerar o setor."

Alambique

O alambique de cobre, essência da produção artesanal de cachaça, é herança cultural dos avós, que produziam pinga em Mirassol. O equipamento funciona há duas décadas, em um barracão improvisado dentro da antiga granja da família, na entrada de Vinhedo. Pois o neto Renato Andretta não quis saber de criar frango.

Modernizou o espaço, espalhou tonéis imensos pelo espaço, e transformou o sítio em ponto turístico. O carro de boi, por ali, é mobília decorativa, e expõe litros e litros de cachaças e licores. E o negócio vai bem. São 30 mil litros de pinga produzidos a cada ano. E a clientela é formada por gente refinada.

Valorização

O empresário fornece para restaurantes elegantes da cidade. E coloca no mercado um produto diferenciado. A canela, ou a mistura com xaropes de frutas, faz da cachaça uma bebida adorada até pela mulherada. "Já se foi o tempo em que pinga era sinônimo de gente embriagada", fala. E tem mais. Muita gente paga até três vezes mais por um litro de pinga quando ela é envelhecida em tonéis de carvalho.

Para manter a produção, o Alambique Andretta conta com apenas três funcionários. O próprio Renato - balconista, recepcionista e operador do equipamento -, um rapaz que corta cana no sítio, e um motorista para o trator. "O preço da bebida artesanal é caro demais perto da industrial, mas quem prova não larga. A gente sobrevive com dignidade", fala.

Ele admite, sim, que os empório badalados vendem "cahaça de grife", com preços astronômicos, comparáveis aos do uísque importado. Mas nem sempre pinga artesanal custa um absurdo: "O cliente se torna fiel quando conhece o produtor, o capricho, a seriedade do processo. Isso é que faz cachaça da boa".

SAIBA MAIS 

As pessoas interessadas em obter informações mais detalhadas sobre o setor podem acessar o www.appca.com.br, site da Associação Paulista dos Produtores de Cachaça artesanal. Contatos com o presidente Reinaldo Annicchino podem ser feitos pelo telefone (19) 3491-1313. Quem tem interesse em conversar com Renato Andretta, que produz cachaça artesanal na RMC, pode ligar para (19) 3876-1860 ou escrever para o e-mail alambique.renato@gmail.com

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Descubra os segredos da rota da cachaça paulista


Já famosas pelo turismo oferecido, o Circuito das Águas Paulistas une os passeios já consagrados, como os de aventura, compras, histórico e de águas para dar espaço para os tradicionais alambiques da região. Da orgânica à tradicional, as premiadas cachaças do Circuito despertam a atenção dos visitantes e ganham roteiro próprio. A região detém algumas das melhores cachaças do Brasil e do Estado de São Paulo.

É no pequeno e rústico Sítio Santo Antônio que se produz a Cachaça Campanari, uma das mais antigas de Monte Alegre do Sul. A qualidade da bebida é reconhecida: foi premiada nos últimos concursos nacionais de cachaça promovidos pela USP (o Concurso de Qualidade da Cachaça, dentro do evento Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages), bem como nos Concursos de Qualidade da Cachaça, organizado pela UNESP de Araraquara. À frente da produção está Antonio Sérgio Campanari, o Neno, neto do italiano Luigi Campari, que começou a destilar a caninha em 1932. A receita foi repassada para vários descendentes, que montaram outros alambiques. As fotos dessa saga estão nos barris de carvalho expostos na loja. Onde fica: Estrada de Monte Alegre do Sul, bairro dos Limas-Barra.

Para quem acha que alambique tem de ter máquinas de cobre, roda d'água e muita história, o Chora Menina preenche todos os requisitos. Administrado por Rodrigo Borin, o lugar foi fundado por seu avô, em 1956, e ganhou esse nome porque eram as três filhas que pegavam no pesado para ajudar o patriarca italiano. Hoje, o local produz 7 mil litros por ano. Onde fica: Chácara Sto Antonio, em Mte. Alegre do Sul.

Perto do centro de Monte Alegre do Sul, a Adega do Italiano é um dos alambiques mais conhecidos de Monte Alegre do Sul. Além de conferir a boa qualidade do destilado, aproveite para bater papo com José Narciso Salzani, que construiu a adega de pedra há 27 anos.
Onde fica: Pousada da Fazenda, Rua Joaquim de Oliveira, s/nº.

De Monte Alegre do Sul em direção a Pinhalzinho, no Distrito de Mostardas está localizada a Casa da Cachaça, também uma destilaria de conceito moderno. Possui instalações primorosas em ambiente muito agradável e sofisticado. Lá é produzida a cachaça bidestilada Brisa da Serra. Onde fica: Av. Dep. Narciso Pierone, 588. Distrito de Mostardas.

Já em Serra Negra, as cachaças Theodoro e Santo Remédio, produzidas na Fazenda Amábile, reúnem o processo original de fazer cachaça e tecnologia de equipamentos. O clima da cidade ajuda na boa qualidade da cana-de-açúcar, que acumula maior quantidades de açúcares em seu interior. Um diferencial dessas cachaças é que são armazenadas para descanso em tonéis de jequitibá rosa ou envelhecida em barris de carvalho. Onde fica: Big Valley Hotel Fazenda,  Rod. SP 360 - Amparo/Serra Negra, Km 144.

Entre as produzidas pela Família Carra em Serra Negra, destaque-se a do "Nono do Tijuco", elaborada em comemoração do centenário do nascimento de Juscelino Kubitschek. A produção foi solicitada por Antoninho Rapassi, presidente do Instituto Semana JK, em Americana.
Onde fica: Sítio Bom Retiro, Rod. SP 105, Km 9 - Estrada Serra Negra / Itapira.

Praticamente na divisa entre Serra Negra e Monte Alegre do Sul, está localizada a Microdestilaria Hof, inspirada no boom das destilarias americanas e uma das novatas na região. Trata-se de uma destilaria "boutique", que elabora destilados finos e exclusivos, aguardentes compostas, licores destilados e a cachaça Alma da Serra, bidestilada e descansada em barris de carvalho americanos e franceses de procedência, que já renderam à menor destilaria da região o 4º lugar de melhor cachaça em 2013 pela UNESP e medalha de ouro no prestigiado Concurso Internacional de Bruxelas em 2014, concorrendo com mais de 150 cachaças nacionais.
Onde fica: Rod. Joaquim Alexandre Zocchio, s/nº, Km. 4 Bairro da Serra.

Em Águas de Lindóia, um simpático senhor Ditinho, com seus mais de 74 anos, é o personagem central do Engenho do Barreiro, uma construção colonial do século XIX, que desperta a curiosidade dos visitantes. Lá, peças que poderiam estar em museus, contam um pouco da história da cidade e da fabricação da cachaça com a ajuda do sr. Ditinho. Feitas artesanalmente, as cachaças do Barreiro podem ser degustadas no próprio sítio e os turistas ainda vêem a cachaça azul, um dos três tipos de cachaças produzidos por lá. Onde fica: Av. Aparecido Rodrigues da Rocha, 1.175, Bairro do Barreiro.

Sucesso em Lindóia, o Engenho Cavalo de Tróia, além de alambique, faz produtos artesanais, como o fubá e, ainda, café torrado e moído na hora, suco de uva e o conhecido sorvete de queijo. Onde fica: Rod. SP 360 - Serra Negra / Lindóia.

A Adega Benedetti, em Amparo, fabrica a cachaça Flor da Montanha, que também recebeu medalha de ouro no Concurso Internacional de Bruxelas de 2014 com sua versão prata . A história da família Benedetti, como produtores, iniciou em 1929. A cachaça começou a ser produzida juntamente com o açúcar e, hoje, a bebida é uma das mais conhecidas em toda a região. Onde fica: Rod. Amparo / Serra Negra, Km 138 - Bairro dos Almeidas.

Baseado nas reportagens de Aryane Cararo – O Estado de S.Paulo e Leandro Amaral

Cachaças do Circuito das Águas são premiadas em concurso internacional

SEBRAE
Publicado em Segunda, 30 Junho 2014 13:58
A qualidade de três marcas de cachaça produzidas por pequenas empresas do Circuito das Águas Paulista foi colocada à prova em um dos mais importantes concursos internacionais de destilados, concorrendo com produtos de várias regiões do Brasil e de outros 14 países. A Aguardente de Cana Flor da Montanha Branca 2012, a Cachaça da Torre 2007, ambas produzidas em Amparo, e a Cachaça Alma da Serra 2012 ganharam medalhas de ouro e prata no Concours Mondial Spirits Selection 2014, realizado pela primeira vez na América Latina, em Florianópolis, no começo de maio.O Brasil teve 59 marcas premiadas.

Entre as mais de 700 amostras de destilados que participaram do certame, 100 delas são de cachaças produzidas por pequenas empresas brasileiras, entre elas a Indústria e Comércio de Aguardente Benedetti, que produz a Aguardente de Cana Flor da Montanha e a Cachaça da Torre, produtora da marca que leva o mesmo nome da empresa. As duas empresas sediadas em Amparo foram indicadas para participar da premiação pelo Núcleo de Agronegócio do Escritório Regional de Campinas do Sebrae-SP.

A Fazenda Benedetti, existe há 90 anos, sendo que o primeiro registro da Aguardente de Cana Flor da Montanha é de 1959. Hoje são produzidos 70 mil litros da bebida por ano, em processo manual, sendo que a cana-de-açúcar é produzida também na propriedade. O principal mercado da aguardente está na própria região do Circuito das Águas Paulista. Para a diretora da empresa, Juliana Benedetti, a premiação, com a medalha de ouro, diante de tantas marcas, foi uma surpresa. “Sabíamos que nosso produto tinha qualidade e recebemos o incentivo do Sebrae-SP para participar, mas foi a primeira vez que entramos em um concurso. A medalha certamente dará notoriedade e reconhecimento e permitirá a expansão da marca”, afirma.

Desde o ano passado, a Indústria e Comércio de Aguardente Benedetti é atendida pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) e vem realizando uma série de melhorias na área de inovação e de gestão empresarial. Segundo Juliana Benedetti, também estão sendo realizadas ações de marketing com a criação de novo rótulo para a garrafa da aguardente.  

A medalha de prata obtida pela Cachaça da Torre também foi uma surpresa para os administradores do Alambique que iniciou as atividades em 1999 e, ao longo dos anos, buscou o aprimoramento da produção que é 100% artesanal. A empresa produz 4.000 litros da cachaça por ano e, além do mercado regional, tem cliente em outros Estados. A empresa já foi premiada em duas edições do Concurso de Avaliação da Qualidade da Cachaça realizado pela Universidade de São Paulo (Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages). “Foi uma surpresa e esse prêmio é importante para ampliar o nosso mercado”, conta Viviane Baldin, responsável pelo processo de destilação da cachaça.  
A segunda medalha de ouro do Circuito das Águas Paulista foi para Serra Negra, onde está sediada a
Microdestilaria Hof, instalada na região desde 2004. A empresa inscreveu para o concurso a marca Alma da Serra 2012, uma cachaça Premium, bidestilada de forma tradicional e descansada naturalmente.

Para o gerente do Escritório Regional do Sebrae-SP em Campinas, José Carlos Cavalcante, o resultado do concurso é uma importante conquista. “A premiação coloca em evidência a região como importante polo produtivo e principalmente os pequenos negócios que atuam no setor, e mostra ainda a importância da capacitação do empresário, são empresas que buscaram a inovação, a melhoria da qualidade nos processos e, merecidamente, conquistaram o reconhecimento”, avalia.  

Participação Nacional
A competição acontece há 14 anos e foi realizada pela primeira vez no Brasil e em um país da América Latina. O evento é organizado pelo Concours Mondial de Bruxelles e nesta edição contou com a parceria do O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Sebrae Nacional. Durante a competição, nos dias 6, 7 e 8 de junho, foram avaliadas 720 amostras de bebidas destiladas, sendo 238 do Brasil (220 marcas de cachaça e 18 entre grappa e vodca). As demais são da Alemanha, Bélgica, Chile, China, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Martinica, México, Peru,  Portugal, República Dominicana e Taiwan.

Em degustações às cegas, feitas por 40 provadores internacionais e profissionais, os produtos foram premiados com três tipos de medalhas: a Silver Medal, atribuída às amostras com características claras de qualidade e equilíbrio definitivo; a Gold Medal, para o destilado que se destaca pela qualidade intrínseca e apresenta uma impressão acima da média de equilíbrio e expressão; e a Grand Gold Medal, aos produtos que se destacam em todos os níveis e para todos os critérios de degustação. Oconcurso premiou 215 destilados de todo o mundo, sendo 11 medalhas “dupla de ouro”, 100 de ouro e 104 de prata. O Brasil levou 59 medalhas, colocando o país como um importante mercado produtor em nível mundial